Por
Zé Dirceu
As declarações do procurador-geral da República
na edição de hoje da Folha de S.Paulo deixam claro, mais uma vez, que nunca
houve provas contra mim na Ação Penal 470, julgada pelo Supremo Tribunal Federal.
O procurador-geral confessa que não tinha provas
e que se apoiou na farsa de supostos telefonemas e reuniões-relâmpago. No
entanto, meus sigilos fiscal, bancário e telefônico foram quebrados – e nada
foi encontrado. O procurador-geral não apresentou nem sequer uma testemunha ou
prova de qualquer reunião.
Na entrevista, o procurador-geral ainda tenta,
sem sucesso, manter algum resquício de coerência em suas declarações ao
justificar minha condenação com base no uso equivocado da teoria do domínio do
fato. Tal uso equivocado já foi exaustivamente apontado por juristas e
acadêmicos ao longo do julgamento
Indício e provas o procurador-geral tinha contra
Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. E ele se recusou a investigá-los.
São graves as declarações do procurador-geral
porque também lançam a suspeita da existência de outros crimes que ele não
denunciou. E pior: coloca sobre as costas do Supremo Tribunal Federal minha
condenação sem provas como um avanço, quando na verdade é um retrocesso e uma
violação de meus direitos constitucionais e das garantias individuais de todos
os cidadãos.
Sou inocente porque não cometi crime algum. Não
há crime. E por isso não há provas.
Fonte
– Blog do Zé
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