29 de novembro de 2012

Angustiado, FHC pede que PSDB ouça "voz das ruas"




Em evento que reuniu tucanos eleitos em São Paulo, ex-presidente da República defende que o partido ajuste seu discurso com base no que ouvir da população; "Não se pode mais deixar o partido para o momento da eleição"; tucano também condenou as alianças "tortas" feitas pela legenda, que não apresentam viés ideológico

247 – O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso se mostrou angustiado com o PSDB durante evento realizado com os tucanos eleitos em São Paulo nesta quinta-feira. Para ele, principal voz da experiência dentro do partido, é preciso que a sigla ajuste seu discurso com base no que diz a população.
Para ele, o partido deve se abrir aos jovens e às mulheres e voltar a ouvir a "voz das ruas", além de falar mais clara à população. "Precisamos ter seminários para ouvir, chamar as pessoas para que elas nos digam o que elas sentem, o que elas querem, o que precisam e como veem o mundo, para que possamos ajustar o nosso discurso", afirmou.
De acordo com o ex-presidente, quando um jovem entra no partido dizendo que quer militar no PSDB, ele acredita que o caminho certo seria encaminhá-lo para a rua. "Militar é com a sociedade, na rua, no núcleo de trabalho", defendeu. Segundo ele, "não se pode mais deixar o partido para o momento da eleição".
FH também criticou, durante seu discurso, as alianças "tortas" feitas pelo partido, sem viés ideológico. O uso da legenda para satisfazer a vontade de alguns, em vez de decidir o que é melhor para o partido, também foi alvo de críticas do tucano. "Precisamos voltar a deixar a nossa marca", declarou.
Eleições
Nesta tarde, a Comissão Executiva Nacional do PSDB realiza reunião na sede do partido, em Brasília. O objetivo é avaliar o desempenho da sigla nas eleições municipais e planejar ações para curto prazo.
Segundo o presidente da legenda, deputado federal Sérgio Guerra (PE), "a esta altura já há uma possibilidade grande de ter sobre elas [as eleições] um exame isento e seguro. Vamos, agora, examinar como ficou o partido depois do pleito. E definir, pelo menos do ponto de vista da Executiva, rumos para curto prazo", disse Guerra.
Na disputa municipal, em outubro, o PSDB elegeu 702 prefeitos – entre eles, de quatro de capitais de estado – e 5.252 vereadores. Na disputa do segundo turno, foi a sigla que mais obteve saldo positivo, com nove vitórias.

Fonte – Brasil247

“Mensalão foi soluço na história do Supremo”




Quem diz é o jurista Celso Bandeira de Mello, responsável pela indicação de Carlos Ayres Britto ao STF; ele afirma que, nos próximos casos, a suprema corte não permitirá a mesma "flexibilização de provas"

247 – O renomado jurista Celso Antônio Bandeira de Mello acredita que o julgamento do chamado 'mensalão' foi um "solução na história do Supremo Tribunal Federal". Segundo ele, que indicou ao tribunal o ministro Carlos Ayres Britto, quem diz considerar "um irmão", houve forte influência do que chamou de "opinião publicada", além de transgressão de garantias básicas. A Corte Suprema do País, acredita ele, não irá repetir nos próximos casos a "flexibilização de provas" cometida na Ação Penal 470.
Especialista em Direito Administrativo, Bandeira de Mello defende, numa entrevista concedida ao portal Última Instância, hospedado pelo Uol, que "o juiz devia ser proibido de dar entrevistas". Em seu ponto de vista, a postura de Joaquim Barbosa como relator do processo foi "muito agressiva", sem a "serenidade que se espera de um juiz". Ele também acha que o novo presidente do STF "tinha que ter uma atitude de maior urbanidade em relação aos colegas". Já o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, considera um "príncipe", digno de uma "educação e uma finura monumental".
Confira abaixo trechos da entrevista:
Com a fixação das penas, chegamos à reta final do julgamento da Ação Penal 470. Como o senhor enxerga o julgamento?
O mensalão, na minha visão, não era mensalão porque não era mensal. Isso foi a visão que a imprensa consagrou. Em segundo lugar, entendo que foram desrespeitados alguns princípios básicos do Direito, como a necessidade de prova para condenação, e não apenas a suspeita, a presunção de culpa. Além disso, foi violado o princípio do duplo grau de jurisdição.
Há um mês atrás, um juiz mineiro decidiu anular os efeitos da Reforma da Previdência. Ele citou textualmente o julgamento no STF para alegar que a compra de votos foi comprovada e que, portanto, a reforma seria inconstitucional. É possível anular atos do Legislativo com base na tese do mensalão?
Se é com base no mensalão, não. A Reforma da Previdência pode ser censurada por outros aspectos, mas não por causa do mensalão. Acho que a chance de anular atos legislativos aprovados durante o escândalo é zero. Isto, pois há um impedimento jurídico de que quando um colegiado decide, quem decidiu foi o colegiado como um todo e não os membros do colégio. É por isso que, se um indivíduo tem o mandato invalidado, porque ele foi ilegalmente investido, isso não afeta em nada [a validade dos atos].
Quanto ao processo de indicação dos novos ministros, qual é o melhor modelo?
Não há nada mais difícil do que imaginar um bom processo de escolha. No passado, já sugeri que a escolha fosse feita através de um processo de eleição entre todos os juízes do Brasil. Mas, nem mesmo isso, eu me atrevo a dizer que será o ideal. Porque isso é capaz de politizar tanto, criar tantos grupos de partidários, que o mérito do candidato pode também ficar em segundo plano.
O senhor considera exagerada a publicidade que alguns magistrados recebem ao exercer suas funções jurisdicionais?
Antigamente, se dizia que o "juiz só fala nos autos". Eu acho que o juiz devia ser proibido de dar entrevistas. E não só os ministros do Supremo — mas eles é que parecem que gostam.
Qual é a sua impressão da postura do relator Joaquim Barbosa ao longo do julgamento?
Eu não gostei. Achei uma postura muito agressiva. Nele não se lia a serenidade que se espera de um juiz. Inclusive, em relação aos colegas, ele tinha que ter uma atitude de maior urbanidade em relação aos colegas. E no caso do Lewandowski, ele é um príncipe. Um homem de uma educação e uma finura monumental. É quase que inacreditável que Barbosa tenha conseguido fazer um homem como Lewandowski perder a paciência.


Fonte – Brasil247

27 de novembro de 2012

Como Veja venceu um PT amedrontado




CPI do Cachoeira representou uma oportunidade de ouro para discutir como se fabricam escândalos no País, a partir da análise sobre as relações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a revista Veja, e logo no momento em que a Inglaterra inquiria o magnata da mídia Rupert Murdoch, por causa dos grampos de seu News of the World. Os recuos do PT, abrindo mão de convocar Policarpo Júnior e Roberto Civita, contudo, jogaram a oportunidade fora

247 - Os parlamentares da CPI do Cachoeira tiveram uma oportunidade de ouro para discutir como se fabricam escândalos no País. O caso Carlinhos Cachoeira expôs relações perigosas -- e próximas demais -- entre a revista Veja e um bicheiro, e havia indícios de que Cachoeira estaria na gênese das primeiras denúncias do mensalão (releia "Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão"). Não bastasse, o escândalo surgiu quando a Inglaterra inquiria o magnata da mídia Rupert Murdoch, por causa dos grampos de seu News of the World. Mas o recuo do relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), abrindo mão do pedido de indiciamento de Policarpo Júnior, jogou a oportunidade fora de vez.
Nas primeiras reuniões da comissão de inquérito, parecia inevitável a convocação não apenas de Policarpo, como também de Roberto Civita, o comandante do Grupo Abril. O medo na Abril era tão grande que até Fábio Barbosa, presidente executivo do grupo, foi escalado para ir a Brasília e negociar a não convocação de Civita (que se tratava de um câncer) e Policarpo (relembre em O que Fábio Barbosa foi fazer em Brasília?).
Fábio Barbosa procurou vários líderes políticos, e até o ex-ministro José Dirceu. Já João Roberto Marinho, da Rede Globo, foi ao vice-presidente da República, Michel Temer. Se houve acordo sobre o assunto, não e sabe. Mas o fato é que nem Civita nem Policapo foram convocados; e, com a condenação dos principais réus petistas no julgamento do mensalão, Veja, que falava na CPI como cortina de fumaça contra a Ação Penal 470, reacelerou as turbinas e soltou fogos.
Quando tudo já estava perdido para o PT, o partido ainda tentou aprovar um relatório com o indiciamento de Policarpo Júnior, que nem sequer fora convocado para depor à comissão. Nem isso, contudo, os amendrotados petistas vão conseguir.

Fonte – Brasil247

Andressa indiciada complica Veja e Policarpo




Mulher do bicheiro Carlos Cachoeira foi denunciada na última sexta-feira por corrupção ativa, porque tentou chantagear um juiz em Goiás; objeto da chantagem era reportagem que seria publicada em Veja, pelas mãos de Policarpo Júnior, um "empregado de Cachoeira", segundo Andressa; Globo e Folha noticiaram o caso, mas protegeram Veja e Policarpo; indiciamento é argumento a mais em favor do relatório de Odair Cunha

247 - O relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), que propõe o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, diretor de Veja, em Brasília, por formação de quadrilha, vem sendo bombardeado todos os dias pelos grandes meios de comunicação. Neste domingo, por exemplo, O Globo publicou editorial condenando o texto. Estadão e Folha já haviam feito o mesmo. Além disso, parlamentares da oposição argumentam que tanto a Polícia Federal como o Ministério Público já avaliaram os grampos das Operações Vegas e Monte Carlo e concluíram que a parceria entre Policarpo e o bicheiro Carlos Cachoeira traduz uma relação normal entre fonte e jornalista.
No entanto, um fato novo, surgido na última sexta-feira, muda o quadro. Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, foi indiciada por corrupção ativa pela Polícia Federal por ter tentado chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, responsável pela condução do caso. A notícia foi publicada no Globo de hoje e no portal G1, também da Globo, que protegeram tanto Veja, como Policarpo, assim como a Folha já havia feito no sábado. "Segundo relato de Rocha Santos na época, Andressa esteve em sua sala e disse que havia um dossiê contra ele, envolvendo as pessoas cujos nomes foram escritos no pedaço de papel que ela entregou ao magistrado. De acordo com ofício enviado pelo juiz ao MPF, a tentativa de constrangimento tinha como objetivo "obter decisão revogando a prisão preventiva e absolvição" de Carlinhos Cachoeira. Em troca, o suposto dossiê não seria divulgado pela imprensa", diz a reportagem.
Ao sugerir a publicação do dossiê, Andressa não falou de forma genérica na imprensa. Ela foi específica. Disse com todas as letras que o jornalista Policarpo Júnior era "empregado de Cachoeira" (leia mais aqui) e que as denúncias contra o juiz seriam publicadas na revista Veja – e não em outro veículo. Portanto, se Andressa está indiciada, não há razões para que Policarpo não o seja. Até para que possa se explicar.
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Fonte _ Blog Contrapontopig
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