`Por EUGÊNIA
LOPES E ROSA COSTA - Agência Estado
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto
(SP), afirmou nesta segunda que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cometeram
uma "grande injustiça" ao condenar o ex-ministro José Dirceu a dez
anos e dez meses de detenção e o ex-presidente do PT José Genoino a seis anos
de 11 meses de prisão. Tatto observou que a decisão do Supremo tem de ser
respeitada, mas lembrou que a Corte comete erros, como ocorreu no passado
quando autorizou a extradição da judia Olga Benário para a Alemanha nazista.
"Eles foram condenados de forma injusta.
Eles lutaram contra a ditadura, pela democracia. Vejo com tristeza e dor essa
condenação", afirmou Tatto. Além da pena de prisão, Dirceu e Genoino foram
também condenados a pagar multa - R$ 676 mil, no caso do ex-ministro da Casa
Civil; e R$ 468 mil para o ex-presidente do PT. "O Genoino não tem onde
cair morto", disse o líder petista. Ele defendeu que os companheiros de
partido façam uma grande campanha a fim de arrecadar recursos para arcar com a
multa de Genoino.
Irmão do ex-presidente do PT, o deputado José
Guimarães (PT-CE) subiu à tribuna da Câmara para lamentar a condenação de
Genoino. "Ele é um injustiçado nesse processo todo", afirmou
Guimarães. "Se tiver três políticos honestos no mundo, um deles é o
Genoino", disse, ao argumentar que o irmão não tem dinheiro para arcar com
a multa aplicada pelo Supremo. Segundo Guimarães, a família está indignada e
Genoino irá lutar para tentar reduzir sua pena.
Enquanto o PT lamentava a condenação de Dirceu e
Genoino, os partidos de oposição elogiaram as penas aplicadas aos dois
petistas. "Vai se consolidando a ideia de que a impunidade é um capítulo que
fica para trás. Não importa se é um engravatado ou um ladrão de galinha",
disse o vice-líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM). Para ele, o fato
de o ex-ministro Dirceu ser obrigado a cumprir pena em regime fechado é
"um castigo que, antes, não se imaginava que iria acontecer".
Na avaliação do líder do PPS na Câmara, deputado
Rubens Bueno (PR), as penas aplicadas aos réus foram razoáveis. "O que o
Supremo fez está bem feito. O exemplo que fica para o país é que os fatos estão
sendo julgados com rigor", disse Bueno.
Fonte – estadão.com.br
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