Ex-porta-voz do
presidente Lula reage às manchetes de Veja, Folha, Globo e Estado deste fim de
semana, que conectam Lula não apenas ao mensalão, mas também à morte de Celso
Daniel; "quanto mais perdem, mais furiosos ficam", diz o jornalista;
nesse vale-tudo, donos dos meios de comunicação, se pudessem escolher,
trocariam a prisão de Marcos Valério, o "mequetrefe", pela de Lula, o
suposto chefe de todo o esquema
247 - O movimento parece organizado e está nas
manchetes dos principais jornais do País. Veja conecta Lula à morte de Celso
Daniel. O Estado de S. Paulo complementa a notícia. E a Folha, ancorada apenas
numa frase esparsa do ministro Marco Aurélio Mello, aponta que o Supremo
Tribunal Federal está propenso a conceder a proteção demandada pelo operador do
mensalão.
Se aos donos dos veículos fosse possível
escolher, eles não hesitariam: Lula preso, Valério solto. Diante da marcha
acelerada do golpe paraguaio contra Lula, apontado aqui no 247 há várias
semanas, o ex-porta-voz de Lula, Ricardo Kotscho, decidiu reagir. E disse que
Lula será alvo de uma guerra sem fim movida pelos principais meios de
comunicação do País. "Quanto mais perdem, mais furiosos ficam". Leia
seu artigo:
Por Ricardo Kotscho
Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2006, o sujeito viu a manchete do jornal na banca e não se conformou.
"Esse aí, só matando!", disse ao dono
da banca, apontando o resultado da última pesquisa Datafolha que apontava a
reeleição de Lula.
Passados seis anos desta cena nos Jardins,
tradicional reduto tucano na capital paulista, o ódio de uma parcela da
sociedade _ cada vez menor, é verdade _ contra Lula e tudo o que ele representa
só fez aumentar.
Nem se trata mais de questão ideológica ou de
simples preconceito de classe. Ao perder o poder em 2002, e não conseguir mais
resgatá-lo nas sucessivas eleições seguintes, os antigos donos da opinião
pública e dos destinos do país parecem já não acreditar mais na redenção pelas
urnas.
Montados nos canhões do Instituto Millenium, os
artilheiros do esquadrão Globo-Veja-Estadão miraram no julgamento do chamado
mensalão, na esperança de "acabar com esta raça", como queria,
já em 2005, o grande estadista nativo Jorge Bornhausen, que sumiu de cena, mas
deixou alguns seguidores fanáticos para consumar a vingança.
A batalha final se daria no domingo passado,
como consequência da "blitzkrieg" desfechada nos últimos três meses,
que levou à condenação pelo STF de José Dirceu e José Genóino, duas lideranças
históricas do PT.
Faltou combinar com os eleitores e o resultado
acabou sendo o oposto do planejado: o PT de Lula e seus aliados saíram das
urnas como os grandes vencedores em mais de 80% dos municípios brasileiros.
E as oposições continuaram definhando.
Ato contínuo, os derrotados de domingo passado
esqueceram-se de Dirceu e Genoíno, e mudaram o alvo diretamente para Lula, o
inimigo principal a ser abatido, como queriam aquele personagem da banca de
jornal e o antigo líder dos demo-tucanos.
Não passa um dia sem que qualquer declaração de
qualquer cidadão contra Lula vá para a capa de jornal ou de revista, na
tentativa de desconstruir o legado deixado por seu governo, ao final aprovado
por mais de 80% da população _ o mesmo contingente de eleitores que votou
agora nos candidatos dos partidos por ele apoiados.
Enganei-me ao prever que teríamos alguns dias de
trégua neste feriadão. Esta é uma guerra sem fim. Quanto mais perdem, mais
furiosos ficam, inconformados com a realidade que não se dobra mais aos seus
canhões midiáticos movidos a intolerância e manipulação dos fatos.
O país em que eles mandavam não existe mais.
Fonte – Brasil247
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