12 de novembro de 2012

Barbosa começa por Dirceu e revisor se retira




Horas depois de ser recebido pela presidente Dilma Rousseff, o ministro Joaquim Barbosa comprova, ao vivo e em cores, que não tem equilíbrio emocional para presidir o Supremo Tribunal Federal. Depois de inverter a ordem de votação, iniciando o voto por José Dirceu, ele agride o revisor Ricardo Lewandowski: "O senhor não tem voto aqui"; revisor abandona a sessão

247 - O clima esquentou mais uma vez no início da sessão da Ação Penal 470 desta segunda-feira. Bastou o relator do processo, Joaquim Barbosa, começar a votar sobre a pena do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para o relator do processo, Ricardo Lewandowski, demonstrar contrariedade, a ponto de se retirar do plenário. "Vossa excelência esta surpreendendo a todos. O advogado do réu não está aqui", reclamou Lewandowski. "Toda hora Vossa Excelência vem com uma surpresa", emendou.
Depois de Lewandowski dizer que esparava  pela votação sobre o núcleo financeiro e dizer que tinha chegado de viagem, Barbosa respondeu: "Não interessa de onde Vossa Excelência veio". "A surpresa é a lentidão em proferir os votos. [...] Estou surpreendido com a ação de obstrução de Vossa Excelência”, rebateu Barbosa, destacando que, na semana passada, Lewndowski  leu um artigo de jornal por 30 minutos durante a sessão.
Dirceu
A saída de Lewandowski do plenário amainou os ânimos e permitiu a sequência da votação. "A culpabilidade do réu é extramamente elevada. Ele valeu das suas posições de mando e proeminência, tanto no Partido dos Trabalhadores quanto no governo federal. Essa posição de força do réu foi fundamental para a outorga de cobertura política dos integrantes da quadrilha", disse Barbosa, que fixou a pena por formação de quadrilha em 2 anos e 11 meses de reclusão, que foi seguida pela maioria dos colegas que votam sobre Dirceu. "Também é relevante o fato de que a quadrilha atuou por mais de dois anos", analisou o relator.
Núcleo publicitário
Três semanas após iniciar as discussões sobre as penas dos 25 condenados na Ação Penal 470, a famigerada dosimetria, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não definiram as punições para os réus do núcleo publicitário do processo, encabeçado pelo empresário Marcos Valério. Parte das penas ficou para ser definida ao fim do julgamento.

Fonte – Brasil247


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