Horas depois de ser
recebido pela presidente Dilma Rousseff, o ministro Joaquim Barbosa comprova,
ao vivo e em cores, que não tem equilíbrio emocional para presidir o Supremo
Tribunal Federal. Depois de inverter a ordem de votação, iniciando o voto por José
Dirceu, ele agride o revisor Ricardo Lewandowski: "O senhor não tem voto
aqui"; revisor abandona a sessão
247 -
O clima esquentou mais uma vez no início da sessão da Ação Penal 470 desta
segunda-feira. Bastou o relator do processo, Joaquim Barbosa, começar a votar
sobre a pena do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para o relator do
processo, Ricardo Lewandowski, demonstrar contrariedade, a ponto de se retirar
do plenário. "Vossa excelência esta surpreendendo a todos. O advogado do
réu não está aqui", reclamou Lewandowski. "Toda hora Vossa Excelência
vem com uma surpresa", emendou.
Depois de Lewandowski dizer que esparava pela votação sobre o núcleo financeiro e dizer
que tinha chegado de viagem, Barbosa respondeu: "Não interessa de onde
Vossa Excelência veio". "A surpresa é a lentidão em proferir os
votos. [...] Estou surpreendido com a ação de obstrução de Vossa Excelência”,
rebateu Barbosa, destacando que, na semana passada, Lewndowski leu um artigo de jornal por 30 minutos durante
a sessão.
Dirceu
A saída de Lewandowski do plenário amainou os
ânimos e permitiu a sequência da votação. "A culpabilidade do réu é
extramamente elevada. Ele valeu das suas posições de mando e proeminência,
tanto no Partido dos Trabalhadores quanto no governo federal. Essa posição de
força do réu foi fundamental para a outorga de cobertura política dos
integrantes da quadrilha", disse Barbosa, que fixou a pena por formação de
quadrilha em 2 anos e 11 meses de reclusão, que foi seguida pela maioria dos
colegas que votam sobre Dirceu. "Também é relevante o fato de que a
quadrilha atuou por mais de dois anos", analisou o relator.
Núcleo publicitário
Três semanas após iniciar as discussões sobre as
penas dos 25 condenados na Ação Penal 470, a famigerada dosimetria, os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não definiram as punições
para os réus do núcleo publicitário do processo, encabeçado pelo empresário
Marcos Valério. Parte das penas ficou para ser definida ao fim do julgamento.
Fonte
– Brasil247
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