Publicitário já
condenado pelo STF na Ação Penal 470 tenta agora se beneficiar delatando
líderes do PSDB envolvidos no chamado 'mensalão tucano', iniciado por ele
durante a campanha de Eduardo Azeredo pela reeleição ao governo de Minas
Gerais, em 1998
Minas 247 –
Sem chances de obter benefícios com a delação premiada na Ação Penal 470, que
ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), o publicitário Marcos Valério,
apontado como operador do esquema chamado de "mensalão", apela agora
para a entrega de líderes do PSDB envolvidos no apelidado de "mensalão
tucano", suposto esquema ocorrido durante a campanha do hoje deputado
federal Eduardo Azeredo pela reeleição ao governo de Minas Gerais.
Tanto para o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, autor da denúncia do "mensalão" petista, quanto para
o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, a sugestão de diminuir a pena
de Valério em troca da colaboração do empresário tumultuaria o julgamento, que
já está no final. Para Gurgel, porém, Valério poderia se valer da delação
premiada nos processos que ainda não foram concluídos, como no caso da AP 536,
que também tem Barbosa como relator.
De acordo com o advogado Dino Miraglia, de Belo
Horizonte, "Marcos Valério está entregando todo mundo do PSDB", informou
o jornal Correio do Brasil.
"O esquema todo, para se livrar das penas que deverá receber quando esta
ação for julgada (...). Na ação contra os tucanos, ele está contando tudo o que
sabe", completou. Segundo Miraglia, "Minas está em polvorosa".
Ele é responsável por uma petição para que o STF estabeleça a conexão entre o
caso conhecido como "lista de Furnas" e o "mensalão
tucano".
Numa carta publicada no blog do jornalista Luis
Nassif, o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, confirma a delação de
informações, inclusive de nomes. "Quanto ao chamado 'mensalão mineiro', o
andamento do caso está em fase bem mais adiantada do que se imagina. A etapa
das investigações já foi concluída, e nela Marcos Valério forneceu todas as
informações, inclusive os nomes dos políticos ligados ao PSDB (deputados e
ex-deputados) que receberam, em contas bancárias pessoais, recursos financeiros
para custear as despesas do segundo turno da tentativa de reeleição do então
governador Eduardo Azeredo, em 1998, tendo entregue as cópias dos depósitos
bancários realizados".
Os casos do 'mensalão tucano' e da lista de
Furnas possuem entre os envolvidos do partido, além de Azeredo, o hoje senador
Clesio Andrade e Walfrido dos Mares Guia, acusados de crimes como assassinato,
explosões, incêndios, perseguições e até suborno de magistrados da corte
suprema, atos que vão muito além da compra de votos de parlamentares.
Fonte
– Brasil 247
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