"Aos antigos
heróis do PIB — Ali Kamel, Reinaldo Azevedo, Jabor, Dora Kramer, Augusto
Nunes, Merval Pereira, Ricardo Setti e semelhantes – somou-se agora, em seu
uniforme de Batman e seu palavreado pernóstico, Joaquim Barbosa", escreve
o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor de Época e Exame, em seu Diário do
Centro do Mundo; leia
247 -
Joaquim Barbosa para presidente do Brasil? Não faz sentido, segundo o
jornalista Paulo Nogueira. Ou melhor, faz sentido apenas para o Perfeito Idiota
Brasileiro, como o ex-diretor das revistas Época e Exame diz em artigo
publicado em seu site, Diário do Centro do Mundo.
Leia:
Mais cedo ou mais
tarde, JB tinha que entrar nos sonhos do Perfeito Idiota Brasileiro
Presidente Joaquim
Barbosa.
Juro. Como eu
gostaria de ver Joaquim Barbosa ceder à tentação e concorrer à presidência em
2014.
Teríamos uma real
oportunidade de ver o quanto a voz rouca das ruas verdadeiramente admira o
nosso Batman, aspas.
Era previsível que a
candidatura de JB fosse ventilada e desejada pelo PIB, o Perfeito Idiota
Brasileiro. Aos antigos heróis do PIB — Ali Kamel, Reinaldo Azevedo, Jabor,
Dora Kramer, Augusto Nunes, Merval Pereira, Ricardo Setti e semelhantes –
somou-se agora, em seu uniforme de Batman e seu palavreado pernóstico, Joaquim
Barbosa.
Uma breve pausa para
risos.
Na falta de candidato
forte, com o sepultamento das esperanças em Serra, ele próprio um PIB, o
Perfeito Idiota Brasileiro se agarraria a qualquer esperança que aparecesse,
como doentes terminais que correm a cirurgias mediúnicas na busca do milagre.
O que o PIB não
percebe é que JB é um problema e não uma solução. Qualquer candidato que queira
ser viável no Brasil contemporâneo tem que ser versado em justiça social.
Em todo o mundo
civilizado, e o Brasil não é exceção, o maior desafio dos homens públicos é
enfrentar a brutal concentração de renda ocorrida nas últimas décadas – e a
abjeta iniquidade decorrente dela.
Romney perdeu de
Obama, mesmo com os Estados Unidos numa crise econômica que em geral derruba
presidentes em busca de segundo mandato, porque Obama explorou nele o símbolo
da desigualdade americana, um magnata que despreza os pobres e paga impostos
ridiculamente baixos.
François Hollande
bateu Sarkozy também porque os franceses viram em Sarkozy o representante do 1%
cada vez mais rico à custa dos 99%. Na Venezuela, Caprilles se apropriou dos
programas sociais de Chávez, que ele desprezara antes como assistencialistas, e
ainda assim foi derrotado por ampla margem porque Chávez vem tendo um enorme
sucesso na redução da miséria venezuelana.
Na China, a troca de
poder que está se fazendo agora depois de dez anos, como tem acontecido lá, a
expressão mais utilizada é "justiça social". O governo chinês entende
que o maior desafio, para o futuro, é evitar que a sociedade se divida entre
poucos ricos e muitos pobres, porque isso significa riscos para a coesão do
país.
Na Inglaterra, hoje
mesmo, os presidentes das filiais de três grandes multinacionais – Google,
Starbucks e Amazon – estão explicando ao Parlamento por que suas empresas pagam
tão pouco imposto. "É como se as multinacionais pagassem impostos
voluntariamente", disse um parlamentar.
Também por trás desse
movimento (que se vai internacionalizando) de cerco a grandes corporações que
fazem todos os truques possíveis para evitar impostos está a busca de justiça
social.
Dentro deste mundo
novo, a figura engalanada de Joaquim Barbosa surge absurdamente deslocada. É um
heroi apenas para ele, o nosso PIB, o Perfeito Idiota Brasileiro.
Fonte – Brasil247
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