O caminho da salvação
para o deputado Odair Cunha (PT-MG), que relatou a CPI do caso Cachoeira, seria
denunciar as supostas pressões que sofreu da "falconaria petista"
para que o jornalista Policarpo Júnior fosse denunciado por formação de
quadrilha. Segundo a revista, Odair pode sair "engrandecido do
episódio" denunciando a "coerção que sofreu". Veja diz ainda que
no "coração e mente dos brasileiros de bem sempre cabe mais um Joaquim
Barbosa"; e, então, Odair, vai recuar?
247 - Veja quer conquistar o coração do deputado Odair Cunha
(PT-MG), relator da CPI do caso Cachoeira. Como se sabe, o esquema Cachoeira
nasceu a partir de jogos ilegais, nas bancas de bicho, e se diversificou. Até
recentemente, envolvia uma das maiores empreiteiras do País, o senador que
posava como paladino da ética e a maior revista semanal do País.
Cachoeira, que comandava um esquema de grampos clandestinos,
ajudava a produzir escândalos, onde o ponto central era o interesse da Delta –
e não o interesse público. Foi assim, por exemplo, quando o bicheiro comemorou
ter colocado no r… do Pagot (Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Dnit), quando
uma reportagem de Veja ajudou a derrubá-lo.
Nesse esquema, Cachoeira levantava as informações, muitas vezes
passando por cima das leis (como na invasão de privacidade do Hotel Naoum),
Veja publicava e Demóstenes Torres fazia barulho no Congresso. Um dos alvos da
turma, o governador Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, foi alvo de denúncias
em série de Veja, plantadas por Cachoeira, e de pedidos de impeachment feitos
pelo ex-senador Demóstenes Torres. Tudo concatenado.
Dada a abrangência da parceria, Odair Cunha sugeriu à comissão, em
seu relatório final, que Policarpo seja indiciado por formação de quadrilha –
artigo 288 do Código Penal. Numa reação avassaladora, no entanto, diversos
parlamentares da oposição e veículos de comunicação se fecharam na defesa do
diretor de Veja (leia mais Mídia Proclama:
"Somos todos Policarpos").
Odair, certamente, terá dificuldades para aprovar seu relatório.
Mas Veja quer que ele recue, retirando o nome não só de Policarpo, como também
do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que segundo um dos principais
integrantes da quadrilha de Cacheira, o ex-senador Demóstenes Torres,
prevaricou (leia mais aqui).
Em sua reportagem da semana sobre o caso, Veja diz que Policarpo
não fez nada demais - e que, portanto, a relação de parceria entre a revista e
um contraventor que se vale de grampos ilegais, intimidação e chantagem é
normal. Afirma ainda que Odair fez um relatório duro, contra a sua vontade,
apenas porque foi pressionado pela "falconaria petista", liderada
pelo presidente da legenda, Rui Falcão. Se não o fizesse, Odair seria
transformado num "pária" dentro do partido.
Veja ainda não transformou o relator no inimigo público número 1 da
revista. Ele ainda tem uma salvação. Segundo a revista, Odair pode sair
"engrandecido do episódio" denunciando a "coerção que
sofreu". Veja diz ainda que no "coração e mente dos brasileiros de
bem sempre cabe mais um Joaquim Barbosa".
A bola está com o relator.
Fonte – Brasil247
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