24 de novembro de 2012

Walfrido: "Não tenho culpa de fazer 70 anos"




Pivô do mensalão tucano, embrião do similar petista, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia completa 70 anos e não pode mais ser punido pelo esquema montado para a reeleição frustrada de Eduardo Azeredo, em 1998; Joaquim Barbosa demorou demais com o processo

247 - Walfrido dos Mares Guia é, a partir deste sábado, um homem livre. Completa 70 anos e não pode mais ser punido por crimes ocorridos em 1998, quando coordenou a campanha para a tentativa de reeleição do tucano Eduardo Azeredo. Naquele ano, o mensalão mineiro, embrião do similar petista, ocorrido cinco anos depois, envolveu também o empresário Marcos Valério e suas agências de publicidade. Mas ficou parado por não despertar o mesmo interesse midiático, segundo o ministro Joaquim Barbosa.
Ao soprar as velas, Walfrido fica inimputável. Sobre o processo, ele disse que "não tem culpa de fazer 70 anos" e diz que gostaria de ser julgado e inocentado. Confira aqui a entrevista ao jornalista Eduardo Kattah e, abaixo, um trecho:
O sr. completa 70 anos neste sábado. Vai requerer a prescrição dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro?
Eu não vou requerer, não vou tomar iniciativa nenhuma por enquanto. Desde o momento que eu deixei a SRI (Secretaria de Relações Institucionais), em novembro de 2007, eu trabalho na minha defesa. Eu saí do governo, pedi ao presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) que me liberasse para me defender às minhas custas e não escondido atrás de um cargo importante do governo federal. Eu saí do governo com o objetivo de limpar a minha biografia. Sou inocente e quero provar isso de maneira definitiva. Quero ser julgado no mérito. Não tenho culpa de estar fazendo 70 anos cinco anos depois que eu fui indiciado (denunciado). Essa situação é uma espécie de purgatório. Ao mesmo tempo em que sou réu, sou tratado como se já fosse culpado. Mesmo que eu receba esse benefício, vou continuar esperando o julgamento, porque a única coisa que me interessa é ter meu nome limpo em função de eu não ter tido envolvimento nenhum com a campanha efetiva do Eduardo Azeredo em 1998.
O sr. ainda pode ser julgado?
A informação que tenho dos advogados é que essa é uma questão que está explicitada na lei (prescrição), é de ofício. Da mesma forma que uma pessoa que está ocupando um cargo público faz 70 anos e sai, as circunstâncias que a lei descreve num caso como o meu são equivalentes. De maneira que não me cumpre protestar ou gostar disso, é uma situação específica. Agora, por meio dos meus advogados, eu tenho todos os fatos, documentos e testemunhas para provar minha inocência de uma maneira cabal. Todas as testemunhas que foram ouvidas até o momento (na 9.ª Vara Criminal em Belo Horizonte) confirmaram que eu não fui coordenador da campanha do Eduardo Azeredo e que passei o segundo semestre de 1998 viajando pelo interior de Minas fazendo minha campanha de deputado federal.

Fonte – Breasil247

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