Pivô do mensalão
tucano, embrião do similar petista, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia
completa 70 anos e não pode mais ser punido pelo esquema montado para a
reeleição frustrada de Eduardo Azeredo, em 1998; Joaquim Barbosa demorou demais
com o processo
247 -
Walfrido dos Mares Guia é, a partir deste sábado, um homem livre. Completa 70
anos e não pode mais ser punido por crimes ocorridos em 1998, quando coordenou
a campanha para a tentativa de reeleição do tucano Eduardo Azeredo. Naquele
ano, o mensalão mineiro, embrião do similar petista, ocorrido cinco anos
depois, envolveu também o empresário Marcos Valério e suas agências de
publicidade. Mas ficou parado por não despertar o mesmo interesse midiático,
segundo o ministro Joaquim Barbosa.
Ao soprar as velas, Walfrido fica inimputável.
Sobre o processo, ele disse que "não tem culpa de fazer 70 anos" e
diz que gostaria de ser julgado e inocentado. Confira aqui a entrevista ao jornalista Eduardo Kattah e,
abaixo, um trecho:
O sr. completa 70 anos neste sábado. Vai
requerer a prescrição dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro?
Eu não vou requerer, não vou tomar iniciativa
nenhuma por enquanto. Desde o momento que eu deixei a SRI (Secretaria de
Relações Institucionais), em novembro de 2007, eu trabalho na minha defesa. Eu
saí do governo, pedi ao presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) que me liberasse
para me defender às minhas custas e não escondido atrás de um cargo importante
do governo federal. Eu saí do governo com o objetivo de limpar a minha
biografia. Sou inocente e quero provar isso de maneira definitiva. Quero ser
julgado no mérito. Não tenho culpa de estar fazendo 70 anos cinco anos depois
que eu fui indiciado (denunciado). Essa situação é uma espécie de purgatório.
Ao mesmo tempo em que sou réu, sou tratado como se já fosse culpado. Mesmo que
eu receba esse benefício, vou continuar esperando o julgamento, porque a única
coisa que me interessa é ter meu nome limpo em função de eu não ter tido
envolvimento nenhum com a campanha efetiva do Eduardo Azeredo em 1998.
O sr. ainda pode ser julgado?
A informação que tenho dos advogados é que essa
é uma questão que está explicitada na lei (prescrição), é de ofício. Da mesma
forma que uma pessoa que está ocupando um cargo público faz 70 anos e sai, as
circunstâncias que a lei descreve num caso como o meu são equivalentes. De
maneira que não me cumpre protestar ou gostar disso, é uma situação específica.
Agora, por meio dos meus advogados, eu tenho todos os fatos, documentos e
testemunhas para provar minha inocência de uma maneira cabal. Todas as
testemunhas que foram ouvidas até o momento (na 9.ª Vara Criminal em Belo
Horizonte) confirmaram que eu não fui coordenador da campanha do Eduardo
Azeredo e que passei o segundo semestre de 1998 viajando pelo interior de Minas
fazendo minha campanha de deputado federal.
Fonte
– Breasil247
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