4 de novembro de 2012

"PSDB deve se dirigir aos mais pobres", diz FHC




No momento em que o PSDB faz sua maior autocrítica, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publica artigo em que diz que a legenda tem que fugir ao estigma de ser o "partido dos ricos, privatista a qualquer custo e arrogante". A questão é como convencer o eleitor dessa proposta de renovação para avançar num terreno já ocupado por Lula

247 - A foto no detalhe foi tirada em 17 de janeiro de 2006. Um ano em que os caciques do PSDB, ali reunidos, tinham a certeza de que seriam capazes de desalojar Luiz Inácio Lula da Silva do Palácio do Planalto. Sentados num bom restaurante, regados por um vinho de boa cepa, José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati e Fernando Henrique Cardoso discutiam a sucessão presidencial.
Naquele mesmo ano, como se sabe, Luiz Inácio Lula da Silva se reelegeu e a foto maior foi uma das imagens mais marcantes da reeleição. Os tucanos tinham os salões; Lula, o povo. O resultado foi uma vitória avassaladora contra Geraldo Alckmin, a despeito do mensalão, que havia eclodido em 2005.
Seis anos depois, na disputa municipal de 2012, o PSDB, mais uma vez, tentou se valer do mensalão para vencer uma eleição - a da prefeitura de São Paulo - e perdeu. Uma derrota humilhante, que fez com que FHC pregasse renovação, fosse criticado por Serra e apoiado por Aécio, que já se movimenta como pré-candidato do PSDB em 2014.
Pois, em artigo que será publicado neste domingo no Globo e no Estado de S. Paulo, FHC faz seu próprio balanço das eleições municipais. E diz que o PSDB deve, sim, se renovar, aproximando-se dos mais pobres.
Leia um trecho do artigo "Hora de balanço":
"Renovar implica comunicar-se melhor, usando linguagem contemporânea nas mídias televisivas e eletrônicas. Mas não basta a pregação durante o horário eleitoral. É preciso a reiteração cotidiana das crenças e dos valores partidários, para reagir à tentativa de estigmatizar o PSDB como o partido "dos ricos", privatista a qualquer custo e arrogante. Perguntem aos pobres de Maceió, Teresina, Belém ou Manaus em que partido votaram e verão que a identificação com os partidos se dá mais pela mensagem e pelas características de quem a proclama e a quem se dirige do que por classificações abstratas de segmentos sociais. Sem deixar de ser um partido modernizador, o PSDB, como escrevi tantas vezes, deve se dirigir aos mais pobres, mas também às classes médias, tanto às antigas como às camadas que aumentaram a renda, mas ainda não têm identificação social própria. É esse o caminho para êxitos futuros."

Fonte – Brasil247

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