No momento em que o
PSDB faz sua maior autocrítica, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publica
artigo em que diz que a legenda tem que fugir ao estigma de ser o "partido
dos ricos, privatista a qualquer custo e arrogante". A questão é como
convencer o eleitor dessa proposta de renovação para avançar num terreno já
ocupado por Lula
247 - A foto no detalhe foi tirada em 17 de janeiro de 2006. Um ano
em que os caciques do PSDB, ali reunidos, tinham a certeza de que seriam
capazes de desalojar Luiz Inácio Lula da Silva do Palácio do Planalto. Sentados
num bom restaurante, regados por um vinho de boa cepa, José Serra, Aécio Neves,
Tasso Jereissati e Fernando Henrique Cardoso discutiam a sucessão presidencial.
Naquele mesmo ano, como se sabe, Luiz Inácio Lula da Silva se
reelegeu e a foto maior foi uma das imagens mais marcantes da reeleição. Os
tucanos tinham os salões; Lula, o povo. O resultado foi uma vitória
avassaladora contra Geraldo Alckmin, a despeito do mensalão, que havia eclodido
em 2005.
Seis anos depois, na disputa municipal de 2012, o PSDB, mais uma
vez, tentou se valer do mensalão para vencer uma eleição - a da prefeitura de
São Paulo - e perdeu. Uma derrota humilhante, que fez com que FHC pregasse
renovação, fosse criticado por Serra e apoiado por Aécio, que já se movimenta
como pré-candidato do PSDB em 2014.
Pois, em artigo que será publicado neste domingo no Globo e no
Estado de S. Paulo, FHC faz seu próprio balanço das eleições municipais. E diz
que o PSDB deve, sim, se renovar, aproximando-se dos mais pobres.
Leia um trecho do artigo "Hora de balanço":
"Renovar implica comunicar-se melhor, usando linguagem
contemporânea nas mídias televisivas e eletrônicas. Mas não basta a pregação
durante o horário eleitoral. É preciso a reiteração cotidiana das crenças e dos
valores partidários, para reagir à tentativa de estigmatizar o PSDB como o
partido "dos ricos", privatista a qualquer custo e arrogante.
Perguntem aos pobres de Maceió, Teresina, Belém ou Manaus em que partido
votaram e verão que a identificação com os partidos se dá mais pela mensagem e
pelas características de quem a proclama e a quem se dirige do que por
classificações abstratas de segmentos sociais. Sem deixar de ser um partido
modernizador, o PSDB, como escrevi tantas vezes, deve se dirigir aos mais
pobres, mas também às classes médias, tanto às antigas como às camadas que
aumentaram a renda, mas ainda não têm identificação social própria. É esse o
caminho para êxitos futuros."
Fonte – Brasil247
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