Claudio Guerra,
ex-agente da repressão, que publicou o livro "Memórias da Guerra
Suja", denuncia a Folha de S. Paulo à Comissão da Verdade a afirma que o
empresário Octavio Frias de Oliveira visitava frequentemente o Dops, um centro
de torturas; jornal publicou a denúncia em sua edição de hoje, negando ter
colaborado com o regime militar de 1964
247 -
Autor do livro "Memórias da Guerra Suja", o ex-delegado Cláudio
Guerra, um dos principais agentes da repressão política durante o regime
militar de 1964, responsável direto pela morte de diversos militantes
políticos, fez revelações constrangedoras para a Folha de S. Paulo. Em
depoimento à Comissão da Verdade na Câmara Municipal de São Paulo, ele afirmou que
o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha,
visitava frequentemente o Dops e era amigo do torturador Sérgio Fleury. A Folha
noticiou o caso, negando sua participação na ditadura. Leia abaixo:
Ex-agente
acusa Folha de ter colaborado com a repressão
Direção do jornal nega que empresa tenha ajudado
ditadura a perseguir opositores
DE SÃO PAULO
O ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra
disse que o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha,
visitou frequentemente na ditadura militar dependências do Dops (Departamento
de Ordem Política e Social) de São Paulo, um dos principais centros da
repressão a opositores do regime.
Em depoimento ao vereador Gilberto Natalini,
presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, ele disse
ainda que a Folha emprestou carros e ajudou a financiar os órgãos da
repressão na época.
"O Frias visitava o Dops
constantemente", afirmou. "Isso está registrado." Guerra disse
também que o publisher da Folha era "amigo pessoal" do
delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão.
Guerra, que publicou no ano passado o livro
"Memórias de uma Guerra Suja", trabalhou para o SNI (Serviço Nacional
de Informações) e diz que participou da repressão executando militantes que
combateram o regime.
Seu depoimento foi gravado neste mês em
Cariacica, no Espírito Santo, onde ele mora atualmente, e foi exibido na
terça-feira em sessão pública da Comissão da Verdade da Câmara Municipal.
A direção da Folha nega que a empresa
tenha colaborado com a repressão política e que Octavio Frias de Oliveira tenha
mantido relações com o delegado Fleury.
Fonte - Brasil247
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