Por Altamiro Borges
Em seu patético
depoimento na manhã de hoje ao Conselho de Ética do Senado, o ex-demo
Demóstenes Torres, famoso assassino de reputações, pediu clemência aos seus
pares. "Eu pude ver o quanto fui cruel com os outros. Isso fazia com
que essas pessoas pudessem ficar com uma imagem ruim", desculpou-se,
tentando sensibilizar os parlamentes vítimas de seus ataques que agora
podem cassar o seu mandato.
"Eu não tinha
lanterna da popa"
De um cinismo
impressionante, o ex-paladino da ética jurou que desconhecia as atividades
criminosas do amigo Carlinhos Cachoeira. Garantiu que só depois da prisão do
mafioso e das revelações da Operação Monte Carlo é que tomou consciência da
suas perigosas ligações.
"Eu não tinha
uma lanterna da popa, não tinha como saber no que eu me relacionava com esse empresário
e que ele mantinha relações com cinco governadores", disse Demóstenes.
"Hoje, com essa lanterna na popa, eu dou conta de ver, mas antes, com essa
lanterna na proa, eu não via", afirmou, na maior caradura.
"Eu redescobri
Deus"
Durante todo o depoimento,
ele usou um tom emocional para convencer os parlamentares da sua inocência. O
ex-demo apelou até para os céus. "Eu redescobri Deus. Parece um fato
pequeno, mas minha atuação era mais pautada pelos homens que pela fé".
Piegas e choroso, Demóstenes tentou se passar por vítima.
"Devo dizer aos senhores que vivo o pior momento da minha vida, que eu jamais imaginaria passar por isso. A partir de 29 de fevereiro desse ano [quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF], eu passei a enfrentar algo que nunca tinha passado em toda minha vida. Depressão, remédio para dormir que não funciona, fuga dos amigos. É talvez a campanha sistemática mais orquestrada da história do Brasil".
"Devo dizer aos senhores que vivo o pior momento da minha vida, que eu jamais imaginaria passar por isso. A partir de 29 de fevereiro desse ano [quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF], eu passei a enfrentar algo que nunca tinha passado em toda minha vida. Depressão, remédio para dormir que não funciona, fuga dos amigos. É talvez a campanha sistemática mais orquestrada da história do Brasil".
O "senador ficha
limpa", que até pouco tempo era bajulado pela mídia demotucana, não
explicou nenhum de seus crimes - o seu vertiginoso enriquecimento, o tráfico de
influência junto aos poderes da República, suas relações sinistras com
empresários e setores da imprensa. O Conselho de Ética ouvirá agora as
acusações que pesam contra Demóstenes Torres. O jagunço de reputações parece
caminhar para o fim de carreira.
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