Veja comemora a
condenação de José Dirceu e José Genoino com um espetáculo de fogos de
artifício em sua capa “Vitória suprema!” e trata a disputa eleitoral em São
Paulo, entre Fernando Haddad e José Serra, como uma guerra que se inicia sem
favoritos, apesar dos 11 pontos de frente que o petista abriu sobre o tucano;
como nas festas de réveillon, depois da bebedeira muitas vezes vem a ressaca;
será que Civita já tomou seu Engov?
247 – A
julgar pela capa de Veja desta semana, a sede da Editora Abril, em São Paulo,
ainda deve estar repleta de pontas de cigarro e garrafas vazias de champanhe.
Com uma bandeira do Brasil ao fundo e um show de fogos de artifício, a revista
estampou sua capa “VITÓRIA SUPREMA!”, com direito ao ponto de exclamação. Sim,
nesta semana, houve festa de Réveillon na Marginal Pinheiros.
O tema do mensalão permeia toda a edição de
Veja. Na Carta ao Leitor, Eurípedes Alcântara diz que “a ´farsa´ deu cadeia”,
com foto de Lula e José Dirceu. Na coluna Radar, Lauro Jardim, prevê na nota “o
clímax”, que o julgamento de Dirceu por formação de quadrilha acontecerá na
quarta-feira que antecede o segundo turno – a tempo, portanto, de José Serra
inserir em seu programa eleitoral a imagem do julgamento e de qualificar o PT como
um bando de quadrilheiros.
Quando trata do julgamento em si, Veja carimba
um “condenado” sobre as imagens de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
E diz que o ex-presidente do PT não foi condenado por sua biografia, mas apenas
em função da parte mais infame dela.
Na sequência, vem a eleição de São Paulo, uma
disputa que, segundo Veja, ainda “não tem um claro favorito”, apesar dos 11
pontos de frente que Fernando Haddad, do PT, abriu sobre José Serra, do PSDB.
Veja lembra ainda que, na história das eleições em São Paulo, quem terminou o
primeiro turno em primeiro lugar (Serra) sempre venceu. Bom, como nas festa de
Réveillon, é preciso acreditar e fazer sempre um pedido especial aos santos.
Como se sabe, é a disputa na capital paulista
que alimenta a retórica do ódio contra o PT. Por trás disso, há uma máquina
política poderosa, criada por José Serra na prefeitura e no governo estadual,
que conta também com um farto aparato de comunicação. Dias antes do primeiro
turno, a revista Veja São Paulo saiu com uma capa sobre o prefeito Gilberto
Kassab, que influi na rejeição a Serra, com o título “Será que estamos sendo
justos com ele?”. Depois, soube-se que a prefeitura pagou R$ 1,4 milhão à Abril
pela compra de revistas Nova Escola.
O PT já comanda a máquina federal e não há
indício de que esteja prestes a sair. O ciclo de poder do PSDB em São Paulo, no
entanto, mostra sinais de esgotamento. E é possível que depois da vitória
suprema venha a derrota humilhante, assim como depois da bebedeira muitas vezes
vem a ressaca. Será que Roberto Civita já renovou seu estoque de Engov?
Fonte – Brasil247
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