JOAQUIM BARBOSA DESMORALIZOU O SUPREMO E É RETRATO E
PROTAGONISTA DE UMA CRISE GRAVE – Veja – 22 de abril de 2009
Por Reinaldo Azevedo
A
canalha dos tontons-maCUTs está alvoroçada. Toma o ministro do Supremo Joaquim
Barbosa como seu herói. Ele fez por merecer ser tomado como porta-voz, malgrado
suas intenções, de um movimento organizado para desmoralizar o Supremo e seu
presidente, Gilmar Mendes. Barbosa atacou, nesta quarta, seu colega de tribunal
com uma virulência e uma estupidez inéditas na história da Casa. Nota: um dos
filmes no Youtube está obviamente contaminado pela politicalha.
Joaquim Barbosa tem o péssimo hábito de dar pito
nos seus pares. Por alguma razão não explícita nem explicitada, acredita ter
licença especial para se comportar como se estivesse, sei lá, num debate de
centro acadêmico, numa assembléia, num boteco, na beira do tanque. Qualquer
lugar em que as pessoas podem bater boca à vontade e fazer acusações
irresponsáveis, sem que precisem provar nada. Ademais, age como se tivesse um
saber jurídico superior a de seus pares. E ele não tem. Não tem mesmo!!!
Por que tudo começou?
O tribunal estava analisando recursos em que se
debatia se decisões sobre benefícios da Previdência do Paraná e sobre foro
privilegiado tinham ou não efeito retroativo. Questões puramente técnicas.
Essas decisões haviam sido tomadas na ausência de Barbosa, que estava de
licença. Desconhecendo, pois, o assunto, ele afirmou que a tese de Mendes
deveria ter sido exposta “em pratos limpos”. Compensava com agressividade a
falta de informação.
O presidente do Supremo respondeu: “Ela foi
exposta em pratos limpos. Eu não sonego informações. Vossa Excelência me
respeite”. E observou que o colega faltara à sessão em que o recurso começara a
ser decidido. Barbosa continuou a dar pito em todo mundo. Mendes respondeu que
ele não tinha condições de dar lição de moral a ninguém
Joaquim Barbosa, então, não teve dúvida. Afirmou
que Gilmar Mendes está “destruindo” o Judiciário brasileiro”, convidou-o a sair
“às ruas” e afirmou que o presidente do Supremo não estava falando com seus
“capangas no Mato Grosso”.
Vamos ver:
- Mendes está empenhado, ao contrário do que diz Barbosa, em preservar o Estado de Direito da ação de aventureiros que acreditam que podem fazer justiça com as próprias mãos ou com a própria toga.
- Mendes está empenhado, ao contrário do que diz Barbosa, em preservar o Estado de Direito da ação de aventureiros que acreditam que podem fazer justiça com as próprias mãos ou com a própria toga.
-
Ministro do Supremo que “ouve as ruas” deve dirigir táxi, não ter assento na
máxima corte da Justiça brasileira. Um ministro do Supremo deve ouvir apenas a
lei e o que está nos autos. Quem “ouve as ruas” é a política. Se um ministro do
Supremo faz isso, adere ao populismo vagabundo.
- Joaquim Barbosa está obrigado a provar, como
ministro do Supremo, que seu colega tem “capangas”. Se Mendes tem capangas e
Barbosa tem as provas, então está prevaricando. Sua função o obriga a agir
legalmente, não a fazer acusações irresponsáveis.
Noto, ademais, que essa acusação de Joaquim Barbosa é nota corrente em setores do subjornalismo a soldo de um projeto político, ligados a um partido. Joaquim Barbosa fez-se porta-voz dessa turma, a escória da imprensa e da política brasileiras.
Noto, ademais, que essa acusação de Joaquim Barbosa é nota corrente em setores do subjornalismo a soldo de um projeto político, ligados a um partido. Joaquim Barbosa fez-se porta-voz dessa turma, a escória da imprensa e da política brasileiras.
É o primeiro espetáculo que este senhor
protagoniza? Não! De memória, lembro de agressões verbais, em termos obviamente
inaceitáveis, contra Marco Aurélio de Mello, Eros Grau, Maurício Corrêa
(ex-ministro) e, claro, contra o próprio Mendes.
O relator do mensalão
Joaquim Barbosa ganhou projeção como relator do processo sobre o mensalão. Fez ali a coisa certa, de acordo, diga-se, com o que ia nos autos. Ter acertado nesse caso, no entanto, não lhe confere licença para agir ao arrepio das regras e do decoro. E também da lei.
Joaquim Barbosa ganhou projeção como relator do processo sobre o mensalão. Fez ali a coisa certa, de acordo, diga-se, com o que ia nos autos. Ter acertado nesse caso, no entanto, não lhe confere licença para agir ao arrepio das regras e do decoro. E também da lei.
Com o bate-boca protagonizado por este senhor
nesta quarta, também o Supremo atinge o ponto mais baixo, creio, de sua
história. No post seguinte, transcrevo o bate-boca. Não confiem em versões
editadas que andam por aí, em que a agressividade de Barbosa parece mitigada,
restando apenas seu suposto heroísmo.
Heroísmo nada!
Joaquim Barbosa agrediu uma instituição chamada
Supremo Tribunal Federal.
Fonte
– Veja.abril.com.br
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