Explique-se:
presidente do STF usa a língua inglesa para manifestar seu desapreço pela
promulgação, no Congresso, da PEC que criar quatro novos tribunais regionais
federais; Joaquim Barbosa defendia que competência é do Judiciário;
vice-procuradora-geral da República Deborah Duprat concordou com Legislativo;
derrotado, JB deu de ombros: "Who cares (quem se importa)?", disse;
"Nada a dizer"; ok, Mr. Barbosa
247 -
Contrariado pela promulgação, no Congresso Nacional, da proposta de emenda à
Constituição que cria quatro novos tribunais regionais eleitorais, o presidente
do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, preferiu o silêncio, não sem
antes dar uma alfinetada nos parlamentares. Depois de trabalhar para que a PEC
não fosse promulgada, Barbosa desdenhou ao ser questionado sobre o tema:
"Who cares (quem se importa)? Nada a dizer".
Mais tarde, questionado de novo, Barbosa soltou
mais algumas palavras sobre o assunto. "Por enquanto, no que se refere ao
tema da criação dos tribunais, já cumpri o meu papel institucional como chefe
do Poder Judiciário", pontuou. Crítico dos novos tribunais, Barbosa chegou
a acusar magistrados de agirem de forma "sorrateira" para aprová-la
no Congresso.
A PEC foi promulgada graças a uma viagem do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao exterior. Presidente do
Congresso em exercício, o deputado André Vargas (PT-PR) decidiu seguir com a
criação dos tribunais, apesar de Renan, que vinha adiando a decisão, dizer que
a tramitação da PEC "contém erro formal".
Após a promulgação, a vice-procuradora-geral da
República Deborah Duprat se disse favorável
à criação de mais quatro tribunais federais. "Eu concordo. Eu já disse
isso publicamente. Eu acho que a criação dos TRFs é um desdobramento da
interiorização da Justiça Federal", disse Duprat, ao chegar para a sessão
do STF no início da tarde. Nesta semana, ela está representando o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que está em evento oficial na
Espanha.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, a criação
dos tribunais é válida, mas esbarra em um erro técnico. "Não discuto o
objetivo, apenas há uma celeuma quanto à forma: criação mediante emenda
constitucional", disse. Segundo o ministro, a quantidade de tribunais está
prevista no dispositivo transitório da Carta Magna, e não no próprio texto
constitucional.
Quanto ao objetivo da alteração, Marco Aurélio
reconheceu que há tribunais sobrecarregados, como as cortes federais com sede
em Brasília e em São Paulo. Questionado se o preço a pagar não é muito alto,
ele disse que "a paz social não tem preço".
"Equilíbrio"
Vargas minimizou a oposição de Barbosa às novas
cortes e recomendou mais equilíbrio
ao ministro. "Não acredito em crise (com o Judiciário), até porque não
vamos levar em conta apenas as declarações do presidente do STF. Ele precisa
ater mais equilíbrio porque representa um poder, portanto, entendemos que e o
plenário do Supremo que nos interessa", disse, completando: "O pleno
vai entender que não se trata de embate político, mas ampliação do acesso à
Justiça".
Fonte
– Brasil247
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