10 de julho de 2012

Chalita associa Serra a 'Paulo Preto', convocado pela CPI do Cachoeira


DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO


O candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, disse nesta terça-feira (10) que o ex-governador José Serra (PSDB), líder nas pesquisas, "tem muito a explicar" sobre sua relação com o ex-diretor da Dersa (departamento de estradas do governo de SP) Paulo Vieira de Souza, conhecido como "Paulo Preto".
Em entrevista após uma caminhada na favela do Real Parque, o peemedebista foi questionado se o julgamento do mensalão afetará a campanha eleitoral. Na resposta, incluiu a CPI do Cachoeira e citou o nome de Paulo Souza.
"[O julgamento] Não vai ser um fato decisivo, mas acho que vai impactar, porque as pessoas vão acompanhar não só o julgamento do mensalão como a CPI do Cachoeira", disse Chalita.
"Não teve muito impacto ainda a convocação do Paulo Preto, mas é uma convocação significativa, que está muito ligada ao governo do Estado de São Paulo, ao ex-governador José Serra."

Souza ganhou destaque na eleição de 2010, quando foi acusado de desviar dinheiro de um suposto caixa dois do PSDB --o que ele nega. Ele foi convocado pela CPI do Cachoeira, controlada pelo PT, para depor sobre contratos do governo de São Paulo com a construtora Delta. A empresa atuou na ampliação da marginal Tietê na capital paulista.
Recentemente, o ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), afirmou em entrevista que Paulo Souza negociou a liberação de um aditivo de R$ 264 milhões para as obras do trecho sul do Rodoanel e que o dinheiro iria pra a campanha de Serra à Presidência. A Delta, porém, não integrou o consórcio responsável pela construção.
Chalita disse que "se realmente for apurado tudo que aconteceu com Paulo Preto", a convocação pode trazer prejuízos à candidatura de Serra.
"O governador José Serra disse que não conhecia o Paulo Preto, depois teve que dizer que conhecia o Paulo Preto. Acho que essas inverdades vão pesar na campanha. Ele tem muito a explicar a respeito dessas declarações que ele deu anteriormente."
Em 2010, Serra primeiro negou que conhecesse Paulo Vieira de Souza. Depois, disse ter se confundido por causa do apelido ao ser questionado se conhecia Paulo Preto. Em tom de ameaça, Souza afirmou na época que "não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada".
Chalita, que credita a divergências com Serra a sua saída do PSDB, em 2009, citou outros casos que considera "inverdades" ditas pelo tucano: a promessa de não renunciar à prefeitura, feita na campanha de 2004, e as primeiras declarações do tucano sobre o ex-diretor do Aprov (departamento de aprovação de imóveis da Prefeitura de São Paulo) Hussain Aref Saab, suspeito de corrupção.
Quando a Folha revelou, em maio, que Aref adquiriu mais de cem imóveis nos sete anos em que esteve no Aprov, Serra negou tê-lo nomeado para o cargo.
A portaria de nomeação foi assinada por ele, então prefeito, e publicada no "Diário Oficial" em janeiro de 2005. Mais tarde, Serra disse que "um prefeito assina milhares de nomeações" e que ninguém nunca falou com ele sobre Aref.


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