DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO
O candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, disse nesta
terça-feira (10) que o ex-governador José Serra (PSDB), líder nas pesquisas,
"tem muito a explicar" sobre sua relação com o ex-diretor da Dersa
(departamento de estradas do governo de SP) Paulo Vieira de Souza, conhecido
como "Paulo Preto".
Em entrevista após uma caminhada
na favela do Real Parque, o peemedebista foi questionado se o julgamento do
mensalão afetará a campanha eleitoral. Na resposta, incluiu a CPI do Cachoeira
e citou o nome de Paulo Souza.
"[O julgamento] Não vai ser
um fato decisivo, mas acho que vai impactar, porque as pessoas vão acompanhar
não só o julgamento do mensalão como a CPI do Cachoeira", disse Chalita.
"Não teve muito impacto ainda
a convocação do Paulo Preto, mas é uma convocação significativa, que está muito
ligada ao governo do Estado de São Paulo, ao ex-governador José Serra."
Souza ganhou destaque na eleição
de 2010, quando foi acusado de desviar dinheiro de um suposto caixa dois do
PSDB --o que ele nega. Ele foi convocado pela CPI do Cachoeira, controlada pelo
PT, para depor sobre contratos do governo de São Paulo com a construtora Delta.
A empresa atuou na ampliação da marginal Tietê na capital paulista.
Recentemente, o ex-diretor do Dnit
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), afirmou em entrevista
que Paulo Souza negociou a liberação de um aditivo de R$ 264 milhões para as
obras do trecho sul do Rodoanel e que o dinheiro iria pra a campanha de Serra à
Presidência. A Delta, porém, não integrou o consórcio responsável pela
construção.
Chalita disse que "se
realmente for apurado tudo que aconteceu com Paulo Preto", a convocação
pode trazer prejuízos à candidatura de Serra.
"O governador José Serra
disse que não conhecia o Paulo Preto, depois teve que dizer que conhecia o
Paulo Preto. Acho que essas inverdades vão pesar na campanha. Ele tem muito a
explicar a respeito dessas declarações que ele deu anteriormente."
Em 2010, Serra primeiro negou que
conhecesse Paulo Vieira de Souza. Depois, disse ter se confundido por causa do
apelido ao ser questionado se conhecia Paulo Preto. Em tom de ameaça, Souza
afirmou na época que "não se larga um líder ferido na estrada a troco de
nada".
Chalita, que credita a
divergências com Serra a sua saída do PSDB, em 2009, citou outros casos que
considera "inverdades" ditas pelo tucano: a promessa de não renunciar
à prefeitura, feita na campanha de 2004, e as primeiras declarações do tucano
sobre o ex-diretor do Aprov (departamento de aprovação de imóveis da Prefeitura
de São Paulo) Hussain Aref Saab, suspeito de corrupção.
Quando a Folha revelou, em
maio, que Aref adquiriu mais de cem imóveis nos sete anos em que esteve no
Aprov, Serra negou tê-lo nomeado para o cargo.
A portaria de nomeação foi assinada
por ele, então prefeito, e publicada no "Diário Oficial" em janeiro
de 2005. Mais tarde, Serra disse que "um prefeito assina milhares de
nomeações" e que ninguém nunca falou com ele sobre Aref.
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