Símbolo da paz na África e exemplo para os
líderes políticos, Nelson Mandela completa nesta quarta (18) 94 anos. Mandela,
ex-presidente da África do Sul (1994-1999) e Prêmio Nobel da Paz em 1993, é
chamado também de Pai da Pátria no seu país. Por 28 anos, ele ficou preso
devido às suas ações de resistência ao regime de segregação racial no país. Com
limitações físicas devido à idade, Mandela tem aparecido pouco em público.
Dezenas de eventos estão previstos por todo o
país para comemorar o nascimento do líder. Desde 2010 é celebrado no mundo todo
como o Dia Internacional de Mandela.
O ex-líder sul-africano passará seu aniversário
acompanhado de sua família na sua casa em Qunu, localidade onde viveu durante
sua infância e à qual se transferiu em maio após uma breve internação em
Johanesburgo para submeter-se a uma laparoscopia devido a uma dor abdominal.
Sob vigilância médica desde 2011, Mandela
"goza de boa saúde", assegurou em maio passado o atual presidente da
África do Sul, Jacob Zuma. A foto ao lado foi tirada nesta terça-feira (17), em
sua residência.
O mundo celebra o Dia Internacional de Mandela
como uma iniciativa da ONU para estimular todos os cidadãos a dedicarem 67
minutos a causas sociais, um minuto por cada ano que o líder sul-africano
dedicou a lutar pela igualdade racial e ao fim do apartheid.
Na África do Sul, o Centro da Memória de Nelson
Mandela contou pelo menos 80 eventos organizados por ocasião do aniversário,
indo desde a recuperação de escolas e a construção de casas até uma expedição
ao Kilimanjaro, o monte mais alto da África.
A jornada começou com uma canção de aniversário,
a Madiba - nome do clã de Mandela em língua xhosa - entoada por 20 milhões de
pessoas em diversas localidades do país. Estudantes em suas escolas e
empregados em seus ambientes de trabalho se somaram a esta iniciativa para
desejar-lhe um dia feliz.
Luta pela igualdade
"Sonho com o dia em que todos
levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem comoirmãos",
disse Mandela, pedindo o apoio de brancos, negros e mestiços para acabar com a
segregação racial na África da Sul.
Mandela se tornou uma espécie de símbolo
internacional em decorrência de sua luta contra o regime segregacionista do
apartheid. De 1948 a 1994, a África do Sul viveu sob o regime de segregação
racial, com divisões sociais, políticas e econômicas. Os direitos da maioria da
população negra foram reduzidos em detrimento dos da minoria branca.
O apartheid gerou violência e um significativo
movimento de resistência interna, assim como embargo internacional à África do
Sul. Ao longo da história, houve uma série de revoltas e protestos no país,
colocando em lados opostos brancos e negros.
Mandela ficou preso de 1962 a 1990. Mesmo na prisão,
manteve sua força política interna e externa. Recebeu homenagens em vários
países e o título de doutor em direito pela defesa aos direitos humanos. Em
1993, Mandela foi eleito presidente, consolidando um marco histórico na África
do Sul e buscando reconciliar oprimidos e opressores.
Ao visitar o Rio de Janeiro, em 1992, logo
depois de assumir a Presidência da África do Sul, Mandela foi homenageado e
disse ter se sentido em casa.
Porém, na sua vida privada, Mandela viveu
momentos de constrangimento como a revelação de infidelidade de sua segundo
mulher, Winnie, que também foi denunciada de corrupção. Eles se divorciaram e
Mandela casou com Graça Machel, viúva de Samora Machel, ex-presidente de
Moçambique.
Fonte. Site de Renato Rabelo
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