Por Cristiana Castro
Esse
negócio de "liberdade de imprensa" é a maior balela e, como virou
tabu, nem a esquerda quer discutir. Todo mundo se sente obrigado a tratar essa
falácia como um tema sagrado. De minha parte, SOU CONTRA A LIBERDADE DE
IMPRENSA e CONTRA SIGILO DA FONTE; isso pode já ter feito algum sentido em
alguma época, hoje, representa, apenas, um conjunto de privilégios outorgados a
pouquíssimas pessoas. As leis que regem a mídia devem ser as mesmas que regem a
liberdade de expressão, ou seja, anonimato vedado e resposta civil e criminal
face a ofensas, difamações, calúnia, etc... Além disso, os valores das
indenizações devem ser revistos. Qdo mais frágil for o ofendido e mais forte o
ofensor maior deve ser o valor da indenização e não o contrário.
Fico
estarrecida qdo, em 2012, vejo pessoas defendendo a regulamentação dos meios de
comunicação, ora, esses grupos nunca cumpriram a parca legislação que rege o
assunto e, agora, que as novas mídias estão fortes é que acham de controlar a
comunicação? Não tenho ilusões a esse respeito, qq tipo de regulação, agora,
recairá, sobre a internet, como aliás, já está acontecendo. O advento da
internet, deu a sociedade a chance de manifesta-se e destruir o dogma de que a
imprensa era a voz do povo; sempre soubemos que não era assim e as instituições
tb sempre souberam,
Ocorre
que como democracia exige participação popular, a mídia entrava como
"povo"/ opinião pública, para fechar o contrato democrático sem que
fosse preciso, lidar com o povo real. Uma democracia com um "povo"
formado por cinco famílias milionárias, não tem como não ser perfeita. O que os
defensores da sagrada liberdade de imprensa defendem, não é nada mais que a
manutenção do povo midiático, um povo fake, para a conquista de seus objetivos.
É por isso que o Ministro alega que a liberdade de imprensa é sagrada; o que
fará o Judiciário com a perspectiva de convivência com o povo real? Para eles,
o midiático tem controle da sociedade e a resposta social será a resposta midiática,
o que já foi uma verdade absoluta, o que era publicado passava a ser realidade.
As isntiutições passavam a lidar com a "sociedade" via mídia.
Com
o advento da internet, a coisa mudou, radicalmente e, as instituições não
querem lidar com isso pq o fato representa perda de poder. Só um parvo pode
imaginar que Merval Pereira, Jabor, Leitão, Bonner, Waack, Reinaldo Azevedo,
Mainardi, Catanhede, Valdwogel, etc.., tenham qq tipo de vínculo com a
realidade brasileira. Para o Judiciário, nada melhor do que lidar com o povo,
"pessoa jurídica"; a pompa e a formalidade dos tribunais não combina
com a cara do povo real, talvez, e eu repito, TALVEZ, resida nessa ojeriza ao
real, a exigência constitucional de advogados para representá-lo nos tribunais
e a criação dos tribunais de pequenas causas, que, a meu ver, não teve a
intenção de agilizar causas menores e sim, separar causas que envolvam pessoas
diferenciadas ou valores diferenciados. Pobre aceita qq coisa e faz logo qq
acordo; além disso, a separação evita o encontro de diferenciados com patuléia
no trânsito pelos corredores e andares.
Na
equação da democracia perfeita, judiciário e midiático, não contavam com duas
variáveis; o povo real entrou pelas duas portas, a da frente, via eleição de
governos populares e a dos fundos, via livre manifestação nas redes. A
democracia perfeita não incluia o povo; o povo entrou e as instiutições não
sabem o que fazer com ele. Enquanto fingem que está tudo normal e que, mais
cedo ou mais tarde, Midiático recuperará sua condição de "povo"para
efeitos de democracia; a popularidade dos governos explode e a credibilidade
das instituições desaba. E esse é o cenário preferido do midiático; acusar, no
papel de "povo" as lideranças de populismo e aplicar-lhes golpes com
o apoio do judiciário. Para a democracia funcionar e ser perfeita, o povo real
precisa estar calado, sua voz TEM QUE SER a voz das empresas de comunicação
senão, não funciona.
Esse
é o motivo do desespero do magistrado em defender a liberdade de imprensa.
Ocorre que, para azar da democracia sagrada, o povo real, recuperou a voz e,
parece ter gostado disso; para piorar mais um pouco, ao contrário de midiático
e judiciário, tudo indica que Executivo e boa parte do Legislativo, estão
atentos a essas vozes. O povo real e sua representação real, estão falando a
mesma língua e as instituições não representivas, dependem do povo fake para
sobreviver. O que está garantindo a sobrevida do modus operandi do judiciário e
do midiático é a falácia da opinião pública, ou seja a voz (? ) do povo
"pessoa jurídica", quer dizer, nada. O que a liberdade de imprensa,
como direito absoluto visa garantir é a perpetuação do silêncio do povo real em
favor do grito de ninguém. As poucas pessoas que as empresas de comunicação
representam, não precisam da mídia para fazer valer seus direitos; seus
direitos são sempre respeitados. Essa absoluta liberdade, seria para garantir a
voz e os direitos de quem não é ouvido; uma premissa falsa desde a criação, foi
criada para ser falsa; apenas para colocar em poucas mãos um direito de todos.
Vejamos o que vem por aí e, por enquanto, aproveitemos a chance de poder usar a
rede. Já já, essa moleza vai acabar.
Fonte
Bog do Nassif
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