A convocação dos dois governadores na CPI do Cachoeira,
Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), foi como um debate político
entre PT e PSDB, com ampla vitória petista.
A vitória foi em três aspectos: Agnelo ofereceu abrir seus
sigilos bancários, fiscais e telefônicos espontaneamente. Marconi havia
recusado. Agnelo conseguiu demonstrar que estava do lado oposto à Cachoeira e a
Delta, inclusive teve um pedido de impeachment apresentado por Demóstenes a
serviço de Cachoeira. Perillo confirmou ter existido sua relação com Cachoeira,
se limitando a argumentar que seria em grau não comprometedor. Agnelo mostrou
indignação. Perillo mostrou frieza.
Reações externas também confirmaram a vitória política. No
twitter, após Agnelo abrir seu sigilo, o assunto mais comentado
foi "Perillo Abra O Sigilo". O "Jornal Nacional" da TV
Globo resumiu, com razoável fidelidade aos fatos, o bom desempenho de Agnelo. E
o sinal de que os tucanos se saíram mal, mesmo aos olhos da Globo, é que o JN
não incluiu as tradicionais opiniões do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) no final
da matéria. Talvez tenham gravado e não gostaram do que iria ao ar.
A própria convocação de Agnelo já era uma vitória do PSDB.
Sabiam que a convocação de Perillo era inevitável mais adiante, então queriam
empatar o jogo com a convocação de Agnelo agora, junto, mesmo que a operação
Monte Carlo da Polícia Federal mostrasse o esquema Cachoeira frustrado na
tentativa de corromper o governo do DF, a ponto de conspirar para derrubar o
governador do DF.
Os tucanos acreditavam que Perillo era melhor comunicador e
mais carismático do que Agnelo. Acreditava que o tucano se sairia melhor, e que
falando agora, estancariam o assunto e pararia de "sangrar" sua
imagem e a imagem do partido.
Foi um tiro no pé para a oposição. Perillo entrou enrolado com
Cachoeira e saiu do mesmo jeito. Agnelo entrou distanciado de Cachoeira e saiu
do lado oposto ao bicheiro.
Com a quebra dos sigilos, o assunto está longe de ser
estancado para Perillo.
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