Para
especialista, a oposição conservadora “arruma motivos” para desestabilizar Lugo
José
Aparecido Rolon, professor de Relações Internacionais e pesquisador do Núcleo
de Estudos Internacionais e Políticas Comparadas da USP (NESPI-USP), afirmou ao
Opera Mundi que o processo de impeachment impetrado pelo poder legislativo
nesta quinta-feira (21/06) é um “golpe disfarçado” da oposição conservadora.
Para o especialista, os opositores de Lugo
encontraram uma forma de destituí-lo do poder seguindo as regras legais,
utilizando-se apenas de meios constitucionais. “Não existe mais espaço para
golpes nesse molde clássico”, disse o professor.
O analista explica que não existe um motivo
concreto que tenha deflagrado a crise atual no sistema político do Paraguai.
“Para desestabilizar o governo, a oposição se utiliza de um conjunto variado de
acontecimentos, como o conflito contra os sem-terras na semana passada, e os
escândalos de paternidade de Lugo”, afirmou. “Eles arrumam motivos”.
Desde
o início de seu mandato, Lugo enfrenta forte oposição legislativa e uma
coalizão extremamente frágil com o Partido Liberal de seu vice, Federico
Franco. Segundo o professor, desde 2009 existem sinais de que a oposição
poderia tentar destituí-lo do poder por meio de instrumentos legais como
acontece nesta quinta-feira (21/06).
O
governo de Lugo é marcado pela incerteza política uma vez que enfrenta
forte oposição legislativa e uma coalizão extremamente frágil com o
Partido Liberal.
Por
76 votos a favor, apenas um contra e três ausências, a Câmara dos Deputados
paraguaia aprovou nesta quinta-feira (21/06) a abertura de um “julgamento
político” contra o presidente, sob a acusação de má gestão do país, em especial
em relação a um confronto entre policiais e trabalhadores rurais em uma fazenda
no último dia 15, que terminou com 17 mortos. Nesta sexta, Lugo terá duas horas
para se defender das acusações e, em seguida, o processo será julgado pelo
Senado paraguaio.
Fonte
Opera Mundi
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