Escrito por Daniela Novais 14/06/2012
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Crédito Aroeira |
O
procurador-geral da República Roberto Gurgel enviou ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ) o pedido de abertura de dois inquéritos contra o governador
Agnelo Queiroz (PT-DF) e um contra o governador Marconi Perillo (PSDB-GO). A
ação teria sido encaminhada na segunda (11), mas a informação foi divulgada
nesta quarta (13). Coincidência ou não, significa mais um atraso de Gurgel, que
demorou três anos para pedir o inquérito contra o senador Demóstenes Torres
(sem partido-GO).
Os
pedidos de investigação de Gurgel são desdobramentos da Operação Monte Carlo,
da Polícia Federal, que prendeu o contraventor Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira. O pedido foi feito por Gurgel após o ministro Ricardo
Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir desmembrar o processo
que corre na Corte.
Os
dois governadores serão investigados por elos com Cachoeira e o terceiro
inquérito, contra Agnelo deve apurar a atuação dele como diretor da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 2007 e 2010, após denúncias de
que o governador teria beneficiado laboratório ligado a Cachoeira.
Collor – Do outro lado da toga, Gurgel terá que responder ao
Conselho Nacional do Ministério Público em 15 dias, sobre a acusação de
prevaricação feita pelo Senador Fernando Collor de Mello (PDT-AL) na sessão da
CPI em que depôs Marconi Perillo. Collor afirmou em um discurso no plenário 25,
que a resposta por escrito enviada pelo procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira comprova o crime
de prevaricação.
Para
Collor, a omissão do chefe do Ministério Público de não levar adiante a Vegas
materializa crime de prevaricação e constitui ato de improbidade
administrativa, por não ter cumprido prazos previstos em lei para lidar com uma
investigação. O senador argumenta que, se o procurador não tinha indícios contra
pessoas de foro privilegiado, tinha as alternativas de pedir diligências,
buscar mais informações, arquivar o caso em 15 dias, segundo o Código de
Processo Civil, ou devolver o caso para a Justiça de primeira instância.
Atrasado – Ao que parece, Collor estava certo em suas
especulações. Após afirmar que a Operação Vegas de 2009 não trazia indícios
contra Demóstenes, que justificassem abertura de inquérito, Gurgel usou 22
gravações telefônicas da Operação no pedido de abertura de inquérito contra o
senador Demóstenes.
Antes,
ele havia argumentado que o material de 2009 ficou “suspenso” até a chegada da
Operação Monte Carlo, porém no pedido ao STF, Gurgel incluiu, além do material
descoberto na Monte Carlo, diálogos gravados em 2009 entre Demóstenes e Cachoeira
para ajudar a embasar o documento, onde afirmou: “Desde então, o senador
Demóstenes Torres buscava atender com presteza os pleitos de Carlos Cachoeira”,
afirmou o procurador.
Diante
dos reiterados atrasos de Gurgel, fica uma pergunta que não quer calar: o
pedido de quebra de sigilo dos governadores teria sido feito à hora e à tempo
na segunda (11), foi pedido de última hora enquanto Agnelo depunha e oferecia
seus sigilos ou, pior ainda, deveria ter sido pedido ainda em 2009, junto com
as investigações contra Demóstenes? Perguntar não ofende...
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