Ex
diretor do DENIT denuncia caixa dois n campanha do PSDB
Em três encontros com
a reportagem num hotel em Brasília, todos gravados, Pagot contou detalhes sobre
a forma como, no exercício do cargo, foi pressionado pelo governo de José Serra
a aprovar aditivos ilegais ao trecho sul do Rodoanel. A obra, segundo ele,
serviu para abastecer o caixa 2 da campanha de José Serra à Presidência da
República em 2010. “Veio procurador de empreiteira me avisar: ‘Você tem que se
prevenir, tem 8% entrando lá.’ Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20%
para o Alckmin”, disse Pagot.
Nas conversas com
ISTOÉ, Pagot também afirmou ter ouvido do senador Demóstenes Torres um pedido
para que o ajudasse a pagar dívidas de campanha com a Delta com a entrega de
obras para a construtora. Mas nem o aditivo de R$ 260 milhões para o trecho sul
do Rodoanel foi liberado pelo DNIT – embora tenha sido pago pelo governo de São
Paulo – nem o favor a Demóstenes foi prestado, segundo Pagot.
Pagot contou à ISTOÉ que recebeu pressões para liberar R$ 264 milhões em aditivos para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Segundo ele, em meados de 2009, o então diretor da Dersa, empresa paulista responsável pelas estradas, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT.
Pagot contou à ISTOÉ que recebeu pressões para liberar R$ 264 milhões em aditivos para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Segundo ele, em meados de 2009, o então diretor da Dersa, empresa paulista responsável pelas estradas, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT.
Levou assessores, engenheiros e um procurador para tentar convencer Pagot a liberar a quantia. Até então, a obra tinha consumido R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão em repasses da União. Acompanhado do diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron, Pagot disse que o governo não devia mais nada à Dersa. Quarenta dias depois, houve nova reunião, no Palácio dos Bandeirantes, na qual tentaram recolher sua assinatura num Termo de Ajuste de Conduta (TAC), apresentado pelo Ministério Público Federal. “A partir daí começaram as pressões”, diz Pagot.
Ele diz que recebia telefonemas constantes, não só de Paulo Preto, mas do deputado Valdemar Costa Neto (PR/SP), do ministro Alfredo Nascimento e de seu secretário-executivo, hoje ministro Paulo Sérgio Passos. O caso foi parar no TCU, que autorizou a Dersa a assinar o TAC, condicionando novos aditivos à autorização prévia do tribunal e do MP. Pagot recorreu à AGU, que em parecer, ao qual ISTOÉ teve acesso, o liberou de assinar o documento.
A entrevista completa
está na Revista Isto É desta semana – 01.06.2012
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