Nem Machado de Assis escreveria roteiro tão insólito.
Um Ministro do
Supremo Tribunal Federal enlouquece. Passa a distribuir declarações cada vez
mais alucinadas, trasformando o Supremo em circo ou hospício. O presidente do
STF nada faz, porque é um poeta apartado das coisas vãs do mundo real.
Os demais Ministros
percebem estar convivendo com um louco, mas não querem se meter na questão,
porque loucos são imprevisíveis. E se o louco se volta contra eles? E se o
louco convoca seu "personal aaponga"? Cada qual trata de se debruçar
sobre seus próprios processos e ignorar o Ministro louco.
Sem saber o que fazer
com o louco, o reino continua sua vida normal, fingindo que não existe o
Ministro louco que desmoraliza o Supremo. De tempos em tempos, colunistas com
dificuldade para preencher sua cota de notas, entrevista o Ministro louco. Ele
dá uma declaração louca envolvendo algum colega.
No dia seguinte,
burocraticamente os jornais procuram o colega que desmente a nota.
E o reino vai tocando
sua vida, procurando ignorar que existe um Ministro louco na mais alta corte.
Só no dia em que o
surto se tornar irreversível e o Ministro sair carregado em camisa de força o
Supremo tomará alguma atitude.
Luis Nassif
Nenhum comentário:
Postar um comentário