Da Folha de S.Paulo de 02/08/2012 para assinantes
É incerto que os julgadores do mensalão ouçam a
opinião pública, como lhes recomenda Fernando Henrique Cardoso. Com tantas
pressões dirigidas aos leitores, espectadores e ouvintes, em linha direta e
como reflexo das pressões sobre o Supremo Tribunal Federal, no momento não se
sabe o que a voz silenciosa da opinião pública pede aos seus magistrados mais
altos. Mas tal incerteza está acompanhada de ao menos duas certezas.
O rendado de palavras que enfeita, em torno, a
recomendação de Fernando Henrique evidencia que a opinião pública referida é a
opinião do público peessedebista.
A recomendação é um apelo velado no sentido de que o
Supremo Tribunal Federal não negue o seu socorro ao catatônico PSDB, nesta hora
difícil dos confrontos eleitorais. Tudo por um punhado de condenações de
petistas.
Outra certeza é o que diz a voz verdadeira da opinião
pública. A voz quando não desafinada pelas pressões, a respeito do que deseja
dos seus magistrados, ou, como prefere, da Justiça.
É a imparcialidade nos julgamentos todos. É a
equanimidade entre as decisões voltadas para os desprovidos e aquelas que se
dirigem aos possuidores de riqueza ou de força política. É o direito à justiça
também quanto ao tempo, porque, mesmo se favorável, a decisão que tarda dez,
20, 30 anos nunca fará justiça. É o julgamento limpo do mensalão, para condenar
sem maldade ou absolver com grandeza.
Fonte - Revista do Beto Blogspot
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