Os primeiros processos destinados ao procurador de
Justiça Demóstenes Torres têm como réus um suposto batedor de carteira, um
acusado de revender drogas para um morador de rua e um jovem acusado de roubo
que tenta converter a prisão em prestação de serviços. Após ser cassado pelo
Senado por colocar o mandato a serviço do bicheiro Carlinhos Cachoeira,
Demóstenes retomou o cargo de procurador no Ministério Público de Goiás em 20
de julho.As informações são do Globo
Ao mesmo tempo em que ajuda a definir o destino de
réus, o ex-senador também é investigado. Desde 30 de julho, uma comissão
formada por quatro procuradores de Justiça é responsável pela sindicância
aberta na Corregedoria Geral do MP de Goiás para apurar supostas infrações
administrativas cometidas por Demóstenes.
Dos quatro procuradores, três manifestaram
solidariedade ao então senador após a deflagração da Operação Monte Carlo,
entre eles o corregedor-geral, Aylton Flávio Vechi. A ata do Colégio de
Procuradores de Justiça que registra o apoio é de 26 de março, quase um mês
depois da operação. O apoio de Vechi foi extensivo ao irmão de Demóstenes,
Benedito Torres, procurador-geral de Justiça de Goiás. A manifestação ocorreu
três dias antes de virem a público, no GLOBO, gravações mostrando que o então
senador pusera o mandato a serviço do bicheiro.
A presença dos dois na instituição desperta
constrangimento entre os colegas. Benedito, citado em conversas telefônicas do
grupo de Cachoeira, é investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP). O delegado da PF responsável pelas investigações, Matheus Rodrigues,
encaminhou à Procuradoria-Geral da República um documento com os diálogos,
sugerindo ao subprocurador geral Oswaldo Barbosa "diligências que entender
cabíveis". Em viagem, Barbosa não comentou.
Já o MP de Goiás sustenta que não cabe à PGR
"qualquer investigação" sobre a conduta de Benedito. A competência
seria do MP estadual. A assessoria do MP diz ainda que não há suspeição contra
a comissão que de sindicância e que considerações sobre as manifestações do
ex-senador nos processos criminais devem ser feitas pelo corregedor-geral, que
não estava no MP na sexta. "O procurador Demóstenes continua atuando na
esfera criminal e, até o presente momento, não deu nenhuma sinalização de que
pretenda migrar para a área cível."
Até 29 de fevereiro, dia da deflagração da Operação
Monte Carlo, Demóstenes era o mais influente senador da oposição, fiscal das
gestões petistas, carrasco de parlamentares sujeitos à cassação e até cotado
para candidato à Presidência da República. Cassado em 11 de julho, voltou ao MP
e passou a despachar em processos em que boa parte dos réus não tem dinheiro
para pagar advogados e dependem de defesa constituída pelo Estado ou de
assistência jurídica patrocinada igrejas e ONGs. De 23 a 31 de julho,
Demóstenes proferiu despachos em dez processos. Advogados dos réus se dividem
sobre sua credibilidade.
- É um grande procurador, apesar das intempéries
políticas - disse Carlos Cruvinel, advogado de um suposto batedor de carteiras.
Já o advogado Ronaldo Guimarães tem outra opinião:
- É uma pouca vergonha! Demóstenes não tem
credibilidade para se manifestar no processo.
Fonte – Amigos do
Presidente Lula
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