Por
Altamiro Borges
A
mídia está excitada com os primeiros resultados do julgamento no STF do chamado
“mensalão do PT”. A condenação do deputado João Paulo Cunha atiçou os piores
instintos da imprensa partidarizada. Manchete do jornal O Globo: “Petista que
presidiu a Câmara é condenado por corrupção”. Manchete da Folha: “STF condena
petista por corrupção”. O partido que venceu as três últimas eleições
presidenciais – apesar da violenta oposição midiática – agora é satanizado
pelos jornalões, revistonas e emissoras de televisão.
Na semana passada, com o voto contrário à condenação
do ministro-revisor Ricardo Lewandowski, a imprensa caiu no pessimismo e passou
a desqualificar vários integrantes do Supremo. Afirmou que a maioria tinha sido
indicada por Lula, que os ministros não tinham autonomia e transformariam o
julgamento numa enorme pizza. Agora, com a votação do primeiro bloco, ela faz
apologia do STF. De vilões, os ministros viraram heróis. Já se fala até na
candidatura presidencial de Joaquim Barbosa, o novo ícone da mídia.
Os
objetivos da imprensa golpista
Não
há qualquer esforço para uma análise técnico-jurídica do processo. A execração
da mídia é puramente política, confirmando sua postura de principal partido da
direita nativa. Dane-se a falta de provas concretas, o que vale são os
“indícios” de corrupção – um verdadeiro atentado aos manuais de direito. Para a
mídia, o STF não condenou o deputado João Paulo Cunha, mas sim o PT – e, lógico,
o ex-presidente Lula. Já há “calunistas” mais afoitos dizendo que Lula, “o
chefe dos mensaleiros”, também deve ser julgado pelo STF.
A
mesma mídia que esconde o “mensalão mineiro” – ela nem sequer fala em “mensalão
tucano” – ou as denúncias sobre a privataria no reinado de FHC, agora concentra
toda a sua artilharia contra o PT. O seu objetivo estratégico é desgastar as
forças de esquerda do país – e não apenas os petistas. Já o seu objetivo
tático, imediato, é tentar salvar a oposição demotucana de um vexame nas
eleições municipais de outubro. Daí a sua violenta pressão para que o
julgamento no STF ocorresse nas vésperas do pleito.
A
falsa ética dos corruptos
Toda
a corrupção deve ser apurada rigorosamente e punida de forma exemplar. Mas a
mídia não está preocupada, de fato, com isto. Ela já ajudou a eleger famosos
corruptos – é só lembrar os demos José Roberto Arruda e Demóstenes Torres – e
conta com bilionários anúncios publicitários de várias empresas corruptoras.
Parte dela inclusive está envolvida com o crime organizado, como comprovam os
grampos da Operação Monte Carlo da Polícia Federal. Seu discurso ético é pura
hipocrisia que só engana os ingênuos!
Em
tempo: o artigo de Eliane Cantanhêde, aquela da “massa cheirosa” tucana, na
Folha de hoje é patético. Ela afirma com todas as letras que o PT, “o partido
que mobilizou a nação com o discurso da ética, chega ao banco dos réus e às
portas da prisão”. Diante do resultado da primeira parte do julgamento, ela
afirma na maior caradura que “estamos todos constrangidos. E tristes”. Cinismo
puro! Ela deve ter saído para festejar a condenação junto com os seus amigos e
familiares tucanos!
Sobre
o artigo de Cantanhêde, vale a pena ler o desabafo do Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania.
Fonte – Blog Fo Miro
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