Por Andre Araujo
ONDE ESTÁ A ARQUITETURA BRASILEIRA ? O Canal GNT tem um programa CASA
BRASILEIRA que passa aos domingos. Neste ultimo o programa trouxe matéria sobre
os edificos do Parque Guinle, no Rio de Janeiro, alem de algumas casas de
época. Linda arquitetura, casando o entorno com o concreto, o verde com as
varandas, uma integração hamoniosa da natureza tropical com o habitat.
Indo de São Paulo a Campinas pela rodovia Bandeirantes ou pela antiga
rodovia Anhanguera vemos novos conjutos residenciais populares publicos ou
privados todos simplesmente MEDONHOS, caixotões de concreto como se fossem
bunkers da Segunda Guerra, uma agressão ao meio e à pasagem, um insulto ao bom
gosto, à cultura, ao bem viver, ao espirito e ao social.
Os predios para classe media, classe alta e edificos ditos de luxo
construidos nos ultimos anos em São Paulo e no Rio seguem o mesmo padrão feiura
Batman, sem estilo, sem época, sem historia, construções agressivas desde as
grades até as coberturas.
O Brasil tem uma bela historia arquitetonica. Nomes mundialmente
conhecidos como Oscar Niemayer, Lucio Costa, Lina Bo Bardi, Afonso Reidy,
Carmen Portinho, Mauricio Roberto, Rino Levi, Luis Nunes, Villanova Artigas,
Flavio Costa, Grigori Warchvichik, Paulo Mendes da Rocha, Paulo Casé, e muitos
outros criaram belezas arquitetonicas que até hoje nos encantam.
Conjuntos das chamadas moradias populares construidos ns decadas de 40 a
60 tinham rigor arquitetonico, escola, integração com o entorno, os chamados
conjuntos dos Institutos no Rio e em São Paulo tinham padrão estético definido,
assinatura e estilo.
Algo ocorreu nos ultimos dez anos que fez a engenharia desconsiderar a
arquitetura e não por falta de dinheiro. Predios com apartamentos de 4 ou 5
milhões são tão horrendos como os paliteiros populares das COHABS ou CDHU.. Por
alguma razão parece que os arquitetos sumiram.
A arquitetura brasileira chegou a ter fama mundial e hoje desapareceu. Em
São Paulo a situação é ainda pior que no Rio. Nos Jardims praticamente todas as
casas de época compradas nos ultimos anos são derrubadas sem dó, no lugar
mastodontes de concreto sem forma e sem alma, caixas quadradas sem estética
alguma, todas iguais, que incrivel fenomeno estamos testemunhando.
No Rio há um pouco mais de bom gosto talvez pelo contágio da esplendorosa
natureza e paisagem.
Para completar o breguismo os nomes dos edificos são de matar. No passado
os predios de alto nivel tinham nomes de nossa flora, fauna , historia ou
geografia. Hoje é uma enxurrada de Goldens, Piazzas, Maisons, Places, Parks,
tudo muito cafona, muito caipira, muito brega , alguns ainda grafam errado o
estrangeirês. E ainda querem passar por gente fina.
Para não dizer que só critico, algumas sugestões: floreiras nas janelas,
o segredo de Buenos Aires, lá é um raro um predio de apartamentos sem floreiras
em todas janelas, melhora muito o visual.
Outra: vegetação de parede, há especies que aderem sem agredir o
concreto, o predio cria vida.
Terceira, pelo amor de Deus, menos granito em volta do predio, coloque
cascalho, lascas de madeira e arvores, o concreto é apavorante e impede a
infiltração da agua de chuva, uma das razões das enchentes, dos empoçamentos,
alem de ser muito anti-estetico.
Quarto, usar mais o redondo e o oval nas formas, o excesso de linhas
retas é desarmonioso.
Quinto, não misturar escolas, é kitsch demais, ou é neoclassico, ou é
colonial brasileiro, ou é provençal ou é colonial espanhol ou é georgiano mas
não pode ser tudo ao mesmo tempo, como o pavoroso predio de escritorios em
frente ao Shopping Iguatemi na Faria Lima, tem 5 estilos misturados, um
pastiche de dar medo. Aliás os shoppings de S.Paulo são dos mais feios do
mundo, declararam guerra ao verde e à natureza, guerra sem quartel, de
exterminio. Outro predio campeão de feiura é o de apartamentos em frente ao
Restaurante Raubayat, um monstrengo de 30 andares numa região de no
maximo 12 andares, ganha campeonato mundial de horror arquitetonico.
Shoppings, supermercados, predios de escritorios, predios de
apartamentos, foruns, delgacias, bancos, São Paulo lidera a feiura
arquitetonica em todas as categorias. Uma categoria se salva pela
mediana: os hospitais, são os predios mais bonitos da cidade, que coisa
impressionante.
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