27 de agosto de 2012

O artista que se atreveu a fazer a primeira caricatura de Adolf Hitler


Por Marcel Verrumo

Com o final da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha começou a enfrentar uma profunda crise: além de ter de reduzir seu Exército, o resultado do conflito fez com que ela perdesse dinheiro e território. Nos anos que se sucederam, pelo país começou a se expandir um nacionalismo, expresso, por exemplo, no discurso do Partido Nacionalista Obreiro Alemão, o Partido Nazista. Em meio a tudo isso (à derrota, à crise pós-guerra e à ascensão do nazismo), um artista alemão começou a se destacar: George Grosz.
Grosz nasceu em 1893 em Berlim e foi batizado como Georg Enrenfried. Desde pequeno, mostrou traços de insatisfação com a Alemanha do seu tempo. Aliás, Georg mudou seu sobrenome de Enrenfried para Grosz, como forma de protestar contra um nacionalismo cego que se apoiava, dentre outros pontos, na língua. Sua arte mudou completamente com a experiência da Primeira Guerra Mundial, conflito do que participou como voluntário. Os traços impressionistas e as técnicas de litografia se transformaram em desenhos que são críticas contra as atrocidades e a violência do front. Foi na década de 1920, com caricaturas, que Grosz ganhou renome. Ousado, o artista caricaturizou importantes nomes do regime nazista, que começavam a ganhar adeptos. Nem Hitler escapou.

Grosz, talvez, também tenha sido um homem de visão. Em 1923, antes mesmo de o nazismo chegar ao poder e Hitler conquistar a influência que teve nos anos seguintes, o pintor alemão fez a primeira caricatura do líder nazista, batizada como Siegfried Hitler (1923). No desenho, Hitler é representado no corpo de Siegfried, personagem lendário da mitologia nórdica, que era um homem influente, forte e invulnerável.

Reprodução
No braço da personagem, o que diferenciava Hitler e Siegfried: uma suástica. Talvez, o significado simbólico e as marcas que esse símbolo causou na sociedade alemã tenham aproximado Hitler do que Siegfried foi: um homem que marcou a História da Alemanha.

Fonte – Revista Super Interessante

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