Por Marcel Verrumo
Com o final da Primeira Guerra Mundial, a
Alemanha começou a enfrentar uma profunda crise: além de ter de reduzir seu
Exército, o resultado do conflito fez com que ela perdesse dinheiro e
território. Nos anos que se sucederam, pelo país começou a se expandir um
nacionalismo, expresso, por exemplo, no discurso do Partido Nacionalista
Obreiro Alemão, o Partido Nazista. Em meio a tudo isso (à derrota, à crise
pós-guerra e à ascensão do nazismo), um artista alemão começou a se destacar:
George Grosz.
Grosz nasceu em 1893 em Berlim e foi batizado
como Georg Enrenfried. Desde pequeno, mostrou traços de insatisfação com a
Alemanha do seu tempo. Aliás, Georg mudou seu sobrenome de Enrenfried para
Grosz, como forma de protestar contra um nacionalismo cego que se apoiava,
dentre outros pontos, na língua. Sua arte mudou completamente com a experiência
da Primeira Guerra Mundial, conflito do que participou como voluntário. Os
traços impressionistas e as técnicas de litografia se transformaram em desenhos
que são críticas contra as atrocidades e a violência do front. Foi na década de
1920, com caricaturas, que Grosz ganhou renome. Ousado, o artista
caricaturizou importantes nomes do regime nazista, que começavam a ganhar
adeptos. Nem Hitler escapou.
Grosz, talvez, também tenha sido um homem de
visão. Em 1923, antes mesmo de o nazismo chegar ao poder e Hitler conquistar a
influência que teve nos anos seguintes, o pintor alemão fez a primeira
caricatura do líder nazista, batizada como Siegfried Hitler (1923).
No desenho, Hitler é representado no corpo de Siegfried, personagem lendário
da mitologia nórdica, que era um homem influente, forte e invulnerável.
Reprodução
No braço da personagem, o que diferenciava
Hitler e Siegfried: uma suástica.
Talvez, o significado simbólico e as marcas que esse símbolo causou na
sociedade alemã tenham aproximado Hitler do que Siegfried foi: um homem
que marcou a História da Alemanha.
Fonte
– Revista Super Interessante
Nenhum comentário:
Postar um comentário