O revisor do processo do mensalão, ministro
Ricardo Lewandowski, soube no “cafezinho” da sala de espera do Supremo Tribunal
Federal (STF) que o ministro relator da ação, Joaquim Barbosa, iria alterar
mais uma vez a metodologia de julgamento nesta segunda-feira. O presidente do
Supremo, Ayres Britto, confirmou que o voto do revisor deve acontecer apenas na
quarta-feira, e não hoje como era esperado.
STF
/ Divulgação
Ricardo
Lewandowski é responsável por
revisar
o processo do mensalão
|
Na semana passada, Barbosa e Lewandowski
travaram uma batalha interna no Supremo por conta da mudança abrupta do relator
sobre como ele apresentaria seu voto. A ideia inicial era que Barbosa
apresentasse seu parecer sobre todos os 37 réus de uma vez, mas, na
quinta-feira, adotou o método de votação “fatiada” por núcleos da denúncia.
No primeiro momento, foram apresentadas as
acusações contra o deputado do PT João Paulo Cunha (PT), o publicitário Marcos
Valério, e seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach pelos crimes de
corrupção ativa e peculato. Em tese, o ministro Ricardo Lewandowski
apresentaria o seu voto na sessão desta segunda-feira dando o seu parecer sobre
as primeiras imputações atribuídas pelo ministro relator, relacionadas
especificamente ao contrato da SMP&B com a Câmara dos Deputados.
No entanto, Lewandowski e os demais ministros
ficaram surpresos com uma nova mudança na metodologia. O ministro relator
resolveu apresentar outras denúncias, desta vez por supostas fraudes cometidas
em contratos publicitários entre as agências de Marcos Valério e o Banco do
Brasil. O ministro Ricardo Lewandowski passou o final de semana inteiro
preparando seu voto com base na metodologia de Barbosa, mas agora terá que
alterar novamente sua análise, por causa do colega. Um interlocutor dos
ministros informou que Lewandowski soube dessa nova mudança às 14h15, menos de
20 minutos antes do início da sessão.
O ministro revisor ficou indiferente com essa
nova alteração na metodologia de apresentação do voto de Barbosa. Outros
ministros demonstraram insatisfação, como o decano da Corte, Celso de Mello, e
Marco Aurélio de Mello.
Nesta segunda-feira, advogados apresentaram uma
petição contra o fatiamento do julgamento do mensalão. Eles também estão
revoltados com a mudança adotada por Barbosa.
Fonte
– Ultimosegundo.ig.com.br
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