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Um valentão entra em um bar e ameaça bater nos
fregueses. Surge outro valentão que o encara e acaba com sua banca. A atitude
do segundo valentão será louvada.
Uma pessoa educada levanta um argumento
qualquer. O valentão reage com gritos e ameaças. Sua atitude será condenada.
É simples assim para entender porque Joaquim
Barbosa foi elogiado quando encarou Gilmar Mendes e está sendo execrado quando
avança sobre Ricardo Lewandowski. Não se tem política no meio, mas análise de
atitudes, do comportamento que deve reger relações entre pessoas
civilizadas.
Os que julgam que, quem elogiou a primeira
atitude (encarando o brutamontes) precisa automaticamente elogiar a segunda (a
agressividade com o educado) manipula um tipo de raciocínio monofásico.
Há mais diferenças entre eles.
Ambos, Barbosa e Lewandowski, analisam réus. Com
exceção de João Paulo Cunha, Lewandowski votou pela condenação de todos os
cabeças da operação, de Pizolatto aos diretores do Rural. Sua sentença
condenatória tem muitissimo mais peso que a de Joaquim Barbosa, disposto a
levar à fogueira qualquer ser que passe na sua frente.
A diferença com Joaquim Barbosa é que ele,
Lewandowski, debruçou-se sobre os autos e preocupou-se com a sorte dos
personagens menores, pessoas sem o amparo do poder (como os donos do Rural),
nem dos partidos políticos, mas personagens anônimos, sem relevância. E fez
isso sem esperar reconhecimento nem retribuição, apenas pelo cuidado que os
grandes magistrados devem ter em relação às pessoas que julga, mais ainda em
relação aos despossuídos de poder.
Um marciano que chegasse à terra e assistisse
uma sessão do STF poderia supor que Barbosa, com seus modos truculentos, é o
valente, Lewandowski, com seus modos tímidos, o tíbio.
Ledo engano. O homem que está enfrentando a
máquina de moer reputação, apenas para para ficar de bem com sua consciência, é
o manso.
Fonte
– Blog do Nassif
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