A
fala do Supremo Ministro Joaquim Barbosa, acusando o Legislativo de ineficiente
e seus membros de pertencerem a partidos de “mentirinha” vai muito além de uma
gafe: é maldade pura.
A mídia fundamentalista, para amenizar as
declarações desastradas, defendeu o Ministro dizendo que ele falava como
professor, e não como magistrado.
Pouco
importa. O que se viu foi sua posição enquanto homem público, pertencente a um
dos Poderes da República ao qual não foi eleito, mas indicado. Deveria se dar
mais ao respeito ao falar diante de plateias e microfones. Aliás, Joaquim
Barbosa vem abusando demasiadamente dos holofotes, agindo mais pelo impulso que
pela razão. É inadmissível.
Para
piorar ainda mais, suas declarações colidem frontalmente com posições tomadas
oficialmente pelo Supremo Tribunal Federal. Recentemente, seu colega e Ministro
Gilmar Mendes mandou suspender um debate na Câmara Federal que tratava a
respeito de partidos políticos, suas verbas públicas e respectivos tempo de
televisão.
Um
pouco mais atrás, o próprio STF abriu uma brecha na Constituição para que um
partido recém criado, o PSD de Kassab, flexibilizasse a fidelidade partidária e
pudesse inchar seus quadros no Congresso;
ainda, em 2006, julgou inconstitucional uma emenda que limitava repasses
de recursos oficiais a legendas sem representatividade, tudo isso abusando de
seu poder de interferir nas decisões do Legislativo.
É
certo que o Congresso do Brasil tem lá suas falhas, mas nas vezes em que tentou
modificar a legislação eleitoral foi brutalmente interrompido pela Justiça!
Agora,
porque é Presidente do STF, porque virou popstar,
acha que pode passar por cima de outro Poder, ao arrepio das decisões de sua
própria Casa, e do Legislativo?
Por favor! Recolha-se, Ministro Barbosa!
A
Alta Corte merece mais respeito; os demais poderes, idem!
Enquanto
cidadão sinto-me ofendido diante das falas intempestivas de um membro da República
que deveria se manifestar apenas nos autos. Ou, manifeste-se desta forma depois
da aposentadoria, ao voltar a ser um cidadão comum como eu.
Sua
postura me faze pensar que seus atos são planejados e visam lançar sua
candidatura a cargo eletivo, com apoio da imprensa e de setores conservadores
que gostam de gente que fala grosso – mas age pouco.
Fonte – Blog do Saraiva
Nenhum comentário:
Postar um comentário